Catástrofe, luto e esperança: o trabalho psicanalítico na pandemia de COVID-19

Abstract

Este artigo busca discutir os impasses e as possibilidades do trabalho psicanalítico no contexto da pandemia do COVID-19. Para atingir esse objetivo, iniciamos pela caracterização do que é catástrofe e por sua articulação com o conceito de trauma. Em seguida discutimos a trajetória da dor ao sofrimento em sua correlação com modos heterogêneos de destino traumático. Posteriormente, abordamos as exigências do ofício do psicanalista na atual pandemia, dando relevo ao duplo trabalho de luto com o qual o analista depara: o da passagem do setting para a modalidade online e o da pandemia. Finalmente, propomos uma maior elasticidade em nosso labor, a fim de fazer frente a um panorama inédito de nossa clínica e de nossa cultura.

Efeitos do isolamento na pandemia por COVID-19 no comportamento de crianças e adolescentes com autismo

“…Este é um cenário comum quando se trata dos cuidados aos filhos, especialmente quando estes possuem alguma deficiência. Historicamente a prática do cuidado está relacionada ao feminino, uma premissa que foi sustentada na sociedade por regulações religiosas, valores e acordos morais (Leonardo & Morais, 2017;Dias et al, 2020;Rooke et al, 2019).…”

Luto parental em situação de perda repentina: Perda do filho

“…Esses sintomas devem ter durado pelo menos seis meses e levar a um comprometimento funcional significativo. Como os pais de crianças que morrem correm maior risco de sintomas de estresse traumático e desregulação emocional, eles correm maior risco de luto complicado (VERZTMAN et al, 2020).…”

Significados das vivências de profissionais de enfermagem no contexto da pandemia da COVID-19

“…Eventos catastróficos como essa pandemia são capazes de produzir rupturas das conexões entre as pessoas que são absolutamente legítimas, mas podem interromper o processo de sucessão da própria existência. As vivências neste contexto produzem um universo de subjetivações que merece ser reconhecido e elaborado, com um desfecho que não negue o sofrimento vivido, mas possibilite a continuidade da pessoa vencer o incontornável (2) .…”