Cartografia do Patrimônio na Bacia do Rio das Almas - São Paulo, Brasil

Abstract

Essa pesquisa foi elaborada a base de afetos. Começo agradecendo a um dos primeiros afetos da minha vida, à minha avó, Mitz Hansen Tedesco. Vó, você que desde pequenininha me incentivou a estudar, a proclamar minha independência como mulher e como ser humano nesse mundo. Você, leitora assídua de jornais, e que por muitos anos, toda semana aparecia com uma nova notícia, sobre algo que me interessava, sobre histórias e achados arqueológicos. Agradeço todos os dias por me incentivar a estudar, e por me fazer internalizar seu mantra predileto "os ladrões podem roubar todos os bens materiais que você tem, mas nunca roubarão seu conhecimento". Toda minha gratidão vó, a quem dedico essa tese, ela é para você.Agradeço ao Rio Piracicaba. Desde a minha infância visito esse rio, a começar das belas memórias que tenho junto à minha mãe e ao meu avô João Tedesco e depois, nos anos 1990, quando cruzei a ponte do rio e conheci o engenho, com a Jacqueline Moraes Teixeira. A convivência com o Rio, me trouxe muitas coisas boas. De um afeto a outro, de um rio para outro, aqui cai, no Rio das Almas, em busca de seus afetos.Também agradeço ao meu tio Lelis, que, como piloto, literalmente me deu asas para voar, e assim, turisteando pelo mundo, me interessei em estudar sobre o assunto. Seu abraço carinhoso e acolhedor todas as vezes que nos encontramos, seus ouvidos atentos e palavras empolgadas a tudo que eu tenho para contar sempre me fazem muito, muito bem.Existiu um longo percurso por trás do início desse doutorado. Foram oito anos trilhando uma trajetória profissional dentro da APTA, convivendo com muitos pesquisadores, desde o Polo Sudoeste Paulista, por onde comecei, e daí para a APTA Regional Campinas, DGE, ITAL, APTA Regional Campinas novamente e regresso ao Polo Sudoeste Paulista. Todo esse giro foi necessário para o meu amadurecimento profissional e pessoal. Passei por várias mudanças para finalmente conseguir sintonizar minha profissão ao meu coração. Sou grata todos os dias por essa escolha. Por ter me tornado mais humana, mais sincera, mais genuína.Dentro da APTA, quero agradecer imensamente todo o apoio institucional que tive para realizar essa tese. Esse apoio esteve ligado aos pesquisadores e gestores com os quais trabalhei diretamente na Secretaria da Agricultura, e que acompanharam todo meu processo de afastamento para poder me dedicar 3 anos da minha vida inteiramente a esse doutorado. Entre todos eles, gostaria de agradecer nominalmente a Alceu Veiga, Vera Lúcia Nishijima Paes de Barros e à equipe de funcionários do Polo Regional Sudoeste Paulista, Tunico, Mario Vieira, Erika Boaro, Silvio Tavares. Agradeço também à EMBRAPA por acreditar e financiar esse projeto por meio do programa de auxílio doutoral, e especialmente a Neuza Avelino que sempre me atendeu tão carinhosamente no DGP.Também agradeço ao Vanni. Conviver com você em 2011 moveu em mim a força para dar o passo decisivo para alterar minha trajetória e fazer eu sentir o GPS do universo recalcular minha rota. Grazie Mille italianinho! Nesse processo ainda so...

Centro de Ciências Agrárias da UFSCar

“…No sudoeste paulista, em um primeiro mapeamento realizado por Fachini (2017), foi observada a existência de várias manifestações mantidas pela população na zona norte de Ribeirão Grande, como a prática dos mutirões comunitários para o manejo agrícola, a alimentação compartilhada e as celebrações. Isso corrobora o fato de haver agricul-tores familiares que ainda cultivam variedades de milho crioulo e realizam trocas de sementes entre seus familiares e vizinhanças.…”

“…Na região do sudoeste paulista, foram mapeadas iniciativas de guardiões de sementes crioulas de milho em 5 municípios (Capão Bonito, Guapiara, Itapeva, Ribeirão Branco e Ribeirão Grande). A forte presença da monocultura do milho comercial na região, atualmente conhecida como o celeiro da produção de grãos do estado de São Paulo (FACHINI;MARIUZZO;MUNDET I CERDAN, 2019), acarreta dificuldades na conservação, multiplicação e troca de sementes crioulas, dessa maneira, representam atos de resistência frente às ameaças impostas pelos pacotes tecnológicos provenientes da agricultura industrial.…”