Caracterização Hidrogeomorfométrica Da Microbacia Do Rio Vitória, Rondônia, Amazônia Ocidental, Brasil

Abstract

A microbacia do rio Vitória está localizada na sub-bacia do rio Vermelho e bacia do rio Guaporé, abrange 14 estabelecimentos agropecuários, e apesar de sua importância socioeconômica e ambiental, não existem informações sobre as características de sua paisagem para subsidiar o planejamento e a gestão dos recursos naturais. Assim, objetivou-se com este trabalho, disponibilizar informações sobre as características da paisagem na microbacia do rio Vitória, por meio de geotecnologias. Os resultados deste trabalho mostram que a microbacia do rio Vitória tem área de 7,46 km2, perímetro de 14,05 km, forma alongada, altitudes de 251 a 334 m, predominância de regiões com baixa influência na propagação de incêndio e aptas a extremamente aptas à mecanização agrícola, elevada disponibilidade de recursos hídricos, potencial para o desenvolvimento de atividades agropecuárias e piscicultura. A área desmatada para a implantação de sistemas agropecuários chegou a ocupar 25,6% da área da microbacia e 22,58% da área da zona ripária no ano de 2021. A microbacia do rio Vitória apresenta quantidades adequadas de vegetação nativa na maior parte das posições de relevo para a manutenção das funções eco-hidrológicas, exceto na zona ripária. Recomenda-se a adoção de práticas conservacionistas nos sistemas agropecuários e a recuperação da vegetação nativa na área da zona ripária que se encontra ocupada com agropecuária, para reduzir as perdas de solo por erosão e aumentar a proteção dos recursos hídricos contra possíveis contaminantes provenientes das atividades antrópicas.

Hidrogeomorfometria da microbacia do rio Lagarto, Amazônia Ocidental, Brasil

“…A microbacia tem rede de drenagem de 10,57 km, padrão de drenagem dendrítico, hierarquia fluvial de 2ª ordem (Figura 7), 12 nascentes (Figura 8), 1,06 nascentes km -2 , densidade de drenagem de 0,94 km km -2 , coeficiente de manutenção de 1.066,2 m 2 m -1 , índice de sinuosidade de 14,41% e tempo de concentração de 3,11 h. O padrão de drenagem dendrítico é muito comum no estado de Rondônia, como pode ser observado nas microbacias dos rios Tamarupá (VENDRUSCOLO et al, 2021b), Anta Atirada (JOSÉ et al, 2022), Sabiá (CAVALHEIRO et al, 2021, Alto Alegre (ROCHA et al, 2021), Piaba (VENDRUSCOLO et al, 2021c), Jacuri (PANZA et al, 2020), Três Galhos (SILVA et al, 2021), Enganado (MORETO et al, 2021), Bodó (OLIVEIRA et al, 2022 e Vitória (CARVALHO et al, 2022), localizadas nos municípios de Cacoal, Rolim de Moura, Alta Floresta D'Oeste, Alto Alegre dos Parecis, Santa Luzia D'Oeste, Corumbiara, Cerejeiras, Colorado do Oeste, Cabixi e Vilhena, respectivamente. Esse tipo padrão se desenvolve quando as águas dos rios fluem sobre materiais litológicos horizontalmente homogêneos, ou seja, com propensão a erosão semelhante em todas as direções (PARVIS, 1950), corroborando com a litologia da microbacia (sedimentos inconsolidados).…”

“…Pesquisas anteriores revelaram, por meio da caracterização hidrogeomorfométricas que microbacias na região apresentaram potencialidades para atividades agropecuárias e florestais, e regiões que apresentam fragilidade ambiental, como as zonas ripárias (PANZA et al, 2020;ROCHA et al, 2021;CAVALHEIRO et al, 2021;CARVALHO et al, 2022;OLIVEIRA et al, 2022). Estas pesquisas também mostram a necessidade de adotar práticas conservacionistas nos sistemas agropecuários e recuperar a vegetação nativa na zona ripária e nas reservas legais que estão ocupadas com outras atividades, para conservar os recursos naturais e propiciar o desenvolvimento sustentável.…”

Características hidrogeomorfométricas da microbacia do rio Professor Eloi, Amazônia Ocidental, Brasil

“…O modelo agrícola rondoniense origina-se de uma estrutura socioespacial baseada na produção de grãos e carnes (RICARTE; SILVA, 2017), onde, o avanço excessivo da agropecuária tende a comprometer a disponibilidade de recursos hídricos, como pode ser observado nas microbacias dos rios Pirarara (MENDES et al, 2021), Anta Atirada (SOUZA et al, 2022), Sabiá (CAVALHEIRO et al, 2021), Alto Alegre (ROCHA et al, 2021), Piaba (VENDRUSCOLO; CAVALHEIRO; SANTOS JUNIOR, 2021), Corumbiarinha (VEN-DRUSCOLO et al, 2022a), Enganado (MORETO et al, 2021), Terra Nova (CAVALHEIRO et al, 2022 e Vitória (CARVALHO et al, 2022), localizadas nos municípios de Cacoal, Rolim de Moura, Alta Floresta D'Oeste, Alto Alegre dos Parecis, Santa Luzia D'Oeste, Corumbiara, Colorado do Oeste, Cabixi e Vilhena, respectivamente. As microbacias são áreas com menor dimensão em relação às sub-bacias e bacias, permitindo um levantamento mais detalhado das características da paisagem e, consequentemente, o planejamento e a gestão mais eficientes dos recursos naturais (ALMEIDA, 2017;VENDRUSCOLO et al, 2021a).…”

Análise da dinâmica temporal e espacial da cobertura do solo na microbacia do rio Gael, Amazônia Ocidental, Brasil

“…Essa análise é possível de ser realizada com a combinação de sensoriamento remoto e geoprocessamento, e gera informações de qualidade, em tempo hábil e custo financeiro reduzido (Santos Junior et al 2022). Em função destas vantagens, tornou-se comum o uso das geotecnologias para a aquisição de dados em microbacias do estado de Rondônia, como pode ser observado nas microbacias dos rios Bambuzinho (Vendruscolo et al 2021b), Anta Atirada (Souza et al 2022), Tamarupá (Alves et al 2022), Prosperidade (Macedo et al 2022), Rio do Gato (Ferreira et al 2022), Corumbiarinha , Tracajá (Cavalheiro et al 2022a) e Vitória (Carvalho et al 2022) A Agenda 2030 estabeleceu as 17 metas de Desenvolvimento Sustentável, dentre estas, a ODS 13 tem como objetivo combater as mudanças climáticas e seus impactos, buscando a implementação de medidas como o uso eficiente dos recursos naturais como a água e a conscientização da população com relação às mudanças climáticas (AGENDA 2030(AGENDA , 2015. A utilização de geotecnologias como o sensoriamento remoto e os sistemas de informação geográfica (SIG), desempenham um papel significativo no cumprimento do ODS 13, pois permitem o monitoramento preciso da cobertura vegetal, cuja remoção no caso de florestas plantadas ou desmatamento dos biomas é um dos principais fatores causadores das mudanças climáticas.…”