RESUMO O acompanhamento de crianças na atenção primária à saúde é imprescindível para identificação e articulação multiprofissional do processo saúde-doença. Este estudo buscou caracterizar o perfil epidemiológico de crianças de zero a 12 anos atendidas em consultas de enfermagem numa Unidade de Saúde da Família, Londrina-PR, entre 2006 e 2008. Tratou-se de pesquisa quantitativa, descritiva e exploratória, utilizando como fonte de dados os prontuários. No total, foram realizadas 442 consultas, das quais 63,8% ocorreram no período neonatal, prevalecendo o atendimento na unidade. Em relação aos achados clínicos, verificou-se maior frequência de problemas alimentares (30,9%), seguidos pelos dermatológicos (15,9%), gastrointestinais (14,7%) e respiratórios (12,9%). Foram registradas 634 orientações no decorrer das consultas, sendo 41,8% relacionadas às especificidades dos achados clínicos. Quanto aos encaminhamentos, 39,4% das crianças foram direcionadas ao pediatra e 9,3% diretamente ao hospital por se tratarem de casos graves. A sistematização da assistência de enfermagem na saúde infantil ainda deve ser aperfeiçoada. Entretanto, a consulta de enfermagem permite detecção precoce de sinais e sintomas de doenças prevalentes na população pediátrica, fornecendo subsídios para redução da morbimortalidade por causas evitáveis mediante ações preventivas e de promoção da saúde.