Caminhos do simbolismo: passos da pesquisa de campo na Geografia cultural

Abstract

O propósito principal deste artigo é o de apresentar os resultados de uma reflexão sobre desafios e proposições acerca de trabalhos de campo que são parte de pesquisas assentadas na Geografia cultural. As pesquisas elencadas possuem como foco de investigação os fenômenos religiosos expressos no espaço e em constante movimento. A questão matriz neste estudo é: como ler os diversos aspectos das manifestações religiosas de maneira colaborativa aos estudos? Partindo deste questionamento e apoiados numa bibliografia que perpassa por autores clássicos e contemporâneos da Geografia cultural, elaboramos uma proposição teórico-metodológica que divide os trabalhos de campo em três momentos distintos: pré-campo, em-campo e pós-campo. Portanto, propõe-se pensar os trabalhos de campo na Geografia cultural considerando essa trilogia temporal como suporte na leitura dos cenários símbolos que são, por sua vez, uma construção teórico-metodológica que classifica os cenários religiosos de acordo com os movimentos presentes e as simbologias que estes carregam, a saber: i) Estátua-Totem; ii) Festa-Ritual; iii) Itinerário-Via Sacra; iv) Gruta-Altar; v) Templo-Lar; e vi) Evento-Jubileu. Considera-se nesta construção a reflexão teórica em diálogo com os esforços empíricos; desta forma, estas categorias, embora separadas tipologicamente, interagem profundamente entre si.
 
 Abstract
 
 PATHS OF SYMBOLISM: STEPS OF FIELD RESEARCH IN CULTURAL GEOGRAFHY
 
 The main purpose of this article is to present the results of a reflection on challenges and propositions about fieldwork that are part of research based on Cultural Geography. The researched surveys are focused on the religious phenomena expressed in space and in constant movement. The main question in this study is: how to read the various aspects of religious manifestations collaboratively to the studies? Starting from this questioning and supported in a bibliography that perpasses by classical and contemporary authors of the Cultural Geography we elaborate a theoretical-methodological proposition that divides the fieldworks in three distinct moments: pre-field, in-field and post-field. Therefore, it is proposed to think the fieldworks in Cultural Geography considering this temporal trilogy as support in the reading of the scenarios-symbols that are, in turn, a theoretical-methodological construction that classifies the religious scenarios according to the present movements and the symbologies that they carry, namely: Statue-Totem; ii) Party-Ritual; iii) Itinerary-Sacred Way; iv) Grotto-Altar; v) Temple-Home; and vi) Event Jubilee. It is considered in this construction the theoretical reflection in dialogue with the empirical efforts, thus, these categories, although separated typologically interact deeply each other.