2018
DOI: 10.1590/1678-49442018v24n1p161
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Caminhos De Sopro: Discurso Xamânico E Percursos Florestais Dos Hupd’äh

Abstract: Resumo Vagarosamente, as pegadas dos viajantes Hupd’äh deixam a aldeia e seguem pelos caminhos de mata. Tateiam o solo úmido da floresta amazônica pisando e repisando percursos ancestrais. Devidamente protegidos pela ação xamânica dos anciões, os jovens caminhantes seguem seus mentores, observam plantas, paisagens, rastros e ouvem encantamentos xamânicos. Partindo da análise comparativa entre, de um lado, viagens para lugares sagrados (morros e cavernas) e, de outro, a viagem do xamã no “benzimento dos caminho… Show more

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“…Na Figura 5 (mapa da comunidade São Fernando), o conjunto de serras pode ver identificado no canto superior direito da imagem, ao passo que, na Figura 6 (mapa da comunidade Waguiá), localiza-se no canto superior esquerdo. É importante notar que essas serras nas cabeceiras dos igarapés, analisadas aqui como os vetores dos desenhos das comunidades, de certa forma estão presentes já nos primeiros esforços de mapeamento realizados com os Hupd'äh (Reid, 1979), e hoje contam com descrições etnográficas aprofundadas sobre as relações que esse povo tem com lugares de seus percursos florestais e xamânicos (Ramos, 2013;Ramos & Epps, 2018). Reid (1979) por comunidades hup destas localidades no decorrer das ações de mapeamento participativo do PGTA a partir de 2015, em que Paç Pög (Serra Grande) aparece como o marcador geográfico e simbólico de maior destaque 11 .…”
Section: Os Desenhos Dos Mapas De Comunidades Do Povo Hupd'ähunclassified
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“…Na Figura 5 (mapa da comunidade São Fernando), o conjunto de serras pode ver identificado no canto superior direito da imagem, ao passo que, na Figura 6 (mapa da comunidade Waguiá), localiza-se no canto superior esquerdo. É importante notar que essas serras nas cabeceiras dos igarapés, analisadas aqui como os vetores dos desenhos das comunidades, de certa forma estão presentes já nos primeiros esforços de mapeamento realizados com os Hupd'äh (Reid, 1979), e hoje contam com descrições etnográficas aprofundadas sobre as relações que esse povo tem com lugares de seus percursos florestais e xamânicos (Ramos, 2013;Ramos & Epps, 2018). Reid (1979) por comunidades hup destas localidades no decorrer das ações de mapeamento participativo do PGTA a partir de 2015, em que Paç Pög (Serra Grande) aparece como o marcador geográfico e simbólico de maior destaque 11 .…”
Section: Os Desenhos Dos Mapas De Comunidades Do Povo Hupd'ähunclassified
“…No primeiro, são brevemente descritas as 'oficinas itinerantes' realizadas com os Hupd'äh nos trabalhos do PGTA. No segundo, passamos à descrição e à análise dos mapas, trazendo o modo como foram desenhados e a territorialidade, que indicam seus traços em direção às cabeceiras dos igarapés, as relações de parentesco neles expressas e os lugares, toponímias e histórias que compõem essas iconografias de n ¯ih s'ah -'nossa terra' -, expressão comumente usada pelos Hupd'äh nas ocasiões, tendo sua profundidade conceitual e experencial própria, para além do que se convenciona chamar de 'território' (Reid, 1979;Ramos, 2013;Ramos & Epps, 2018). O tópico final pontua uma leitura possível dessas iconografias como uma experiência da paisagem compartilhada entre anciãos e jovens nas narrativas da terra e como uma linguagem possível na afirmação territorial diante das instituições governamentais no contexto do PGTA, articulando com a produção bibliográfica relativa aos povos indígenas do alto rio Negro.…”
Section: Introductionunclassified
“…Nos anos 1970, as viagens para regiões longínquas permitiam busca de esposas e alianças com grupos locais (1979 149-154). É por meio dessas caminhadas, guiadas por mentores ou em grupo com outros rapazes, que os mais jovens conhecem os locais dos antigos aldeamentos, os índices da passagem e da existência de demiúrgos e ancestrais, montanhas e cabeceiras, sempre tidas como paisagens mito-históricas importantes (Ramos & Epps 2018).…”
Section: Ritual E Mobilidadeunclassified
“…No tema da tradução da poética, o enfoque tem se deslocado da problemática norte-americana de como traduzir fielmente os mecanismos poéticos da arte verbal (Langdon, 1997; para outras questões trazidas pelo movimento ontológico-perspectivista e as interfaces entre a linguística, a etnologia e os estudos literários (Cesarino, 2012;Epps, 2018). As poesias ameríndias representam outros regimes de pensamento, e o problema de tradução (ou retradução) é menos de entender as características formais reconhecidas pelo conceito ocidental de poética e mais de reconhecer a múltipla posicionalidade e polifonia das suas poéticas (Langdon, 2017a;Macedo, 2012;Schuler Zea, 2008;Stallaert;Schuler Zea, 2012) 19 .…”
Section: A Encruzilhada Em Número E Fatos: a Consolidação Do Campo No Paísunclassified