As missões evangélicas estão presentes entre os índios Guarani e Kaiowá no Mato Grosso do Sul desde a década de 1920, pelo menos, quando a Missão Evangélica Caiuá (MEC) iniciou seus trabalhos de evangelização e conversão dos silvícolas. Ao longo do século XX esse movimento causou mudanças importantes na organização social desses povos, e na década de 1980 igrejas neopentecostais também adentraram as reservas. Esse contexto é marcado por uma forte ruptura de muitos indígenas com os ritos e tradições, e também pela intolerância religiosa contra aqueles que ainda se filiam às práticas tradicionais. Assim, o presente trabalho consiste em uma breve consideração acerca do fenômeno da intolerância religiosa presente entre os Guarani e Kaiowá no Mato Grosso do Sul. Para isso, foi realizado um estudo bibliográfico afim de levantar o que outros pesquisadores e autores já produziram sobre o tema, bem como uma análise documental baseada na apreciação de informações e dados apresentados no relatório produzido pela Grande Asssembleia das Mulheres Guarani e Kaiowá, a Kuñangue Aty Guasu, e denominado “Intolerância religiosa, racismo religioso e Casas de Reza Kaiowá e Guarani queimadas” publicado em fevereiro de 2022.