Calicivirose Sistêmica: Uma Enfermidade Emergente Associada Ao Calicivírus Felino

Abstract

O calicivírus felino está distribuído mundialmente na população de gatos domésticos, estando geralmente associado a um complexo de doenças que afetam o sistema respiratório e cavidade oral, e incluem conjuntivite, rinosinusite, lacrimejamento, ulceração na mucosa oral e gengivite. Embora ainda não descrito no Brasil, nas últimas décadas alguns países têm relatado surtos envolvendo cepas de calicivírus denominadas de Calicivírus Virulento Sistêmico (Virulent Systemic Feline Calicivirus, VS-FCV) causando uma enfermidade nova, denominada de Calicivirose Sistêmica. Tal desordem clínica tem um mecanismo complexo e ainda pouco compreendido, que parece afetar mais gravemente gatos adultos e vacinados, resultando em altas taxas de mortalidade. Neste sentido, tanto a enfermidade como o seu agente etiológico vêm se tornando uma preocupação cada vez maior na medicina veterinária. Esta revisão acerca da Calicivirose Sistêmica aborda as características das cepas virais envolvidas, bem como sinais clínicos, métodos de diagnóstico, e possíveis alternativas de tratamento e prevenção.

Calicivirose Felina: Diagnóstico, Sinais Clínicos e Prevenção

“…Após o processo de infecção os sinais clínicos aparecem depois de um período de incubação que varia de 1 a 5 dias em animais hospitalizados e até 12 dias em animais domésticos. (Becker, 2020). O calicivirus se proliferará nas vias respiratórias superiores e na boca do felino se multiplicando em primeira estancia na orifaringe gerando morte celular e produzindo vesículas que evoluem para ulceras.…”

“…Os exames mais utilizados para diagnóstico da doença são o isolamento viral em cultivo celular e a detecção de proteínas e aminoácidos em laboratório. O último é utilizado mais comumente na clínica pelo fato de o isolamento viral ser mais demorado (Becker, 2020).…”

“…A prevenção deve ser feita a a partir de vacinação contra FCV, a enorme variedade de cepas característica do calicivirus necessita de vacinas com alta capacidade de induzir reação de imunização cruzada, facilitando com que o sistema imunológico se proteja da maior quantidade de variantes possível (Becker, 2020). Deste modo neonatos devem ser vacinados a partir da oitava semana de vida, tomando a segunda dose após um mês e reforçando a vacinação anualmente (Orzia, 2021).…”