Brasil – eleições 2018: apontamentos sobre o imaginário “Lula é Haddad, é o povo”

Abstract

O presente estudo trata da campanha presidencial da Coligação “O Povo Feliz de Novo” (PT/PCdoB/PROS), que teve lugar no Brasil em 2018. O olhar para o material audiovisual utilizado na campanha de primeiro turno é precedido de ligeira contextualização que se constrói desde a reeleição de Dilma Rousseff à presidência da República (2014) e seu posterior impeachment (2016), até a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2018. Debruçamo-nos sobre a noção de imaginário proposta por Michel Maffesoli, a qual nos permite aproximar a proposição geral da campanha – “Lula, Haddad e o Povo” – aos adventos do desejo de estar junto, do lúdico, do afetivo e do laço social.

Reformas nos programas sociais brasileiros: solidariedade, pobreza e controle social (1990-2014)

“…Ainda na avaliação ácida do jornal, esses eram os "auto-proclamados defensores da 'luta de classe'". 674 Enquanto o jornal retratava que com as novas diretrizes para as políticas sociais do governo os "Grupos de sem-teto e sem-terra veem esperança em Lula", 675 as avaliações em torno do Fome Zero da parte dos leitores do jornal eram de que era um programa "muito bonito para sustentar uma campanha eleitoral", no entanto, "de difícil aplicação" e que poderia "criar problemas em um país com a maioria da população sem educação e que tradicionalmente espera por favores dos governantes". 676 Enquanto isso os ruralistas preconizavam que o "Fome Zero pode gerar aumento de 30% na safra 2003/2004", a avaliação era do secretário do Estado da Agricultura, Odelmo Leão que a fazia mesmo em meio "a um ambiente de desconfianças", no qual "o consenso do setor agrícola é de que essa estimativa possa se concretizar" na opinião do presidente da Comissão de Cereais estadual isso ocorreria se o programa fosse bem gerido e se se promovesse "uma alimentação com base na soja", tratava-se de "uma questão de educar o povo".…”