BNCC e BNC da formação de professores: repensando a formação por competências

Abstract

O presente estudo analisa a proposta de formação preconizada na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e na Base Nacional Comum para a Formação de Professores da Educação Básica (BNCFP), em sua versão preliminar de dezembro de 2018. Examina essas propostas, compreendo-as como marcadas por disputas em torno da definição de um projeto curricular para a educação no País. Questiona o viés pragmatista e reducionista na proposta de formação por competências. O texto resulta de revisão de bibliografia e da análise de documentos.

Política de formação de professores na BNC-formação

“…JARDILINO, José Rubens Lima; PEREIRA, Renato José Dias; GIARETA, Paulo Fioravante. Política de formação de professores na BNC-formação: entre a reprodução e a crítica e serviços em suas novas formas de organização do trabalho (Albino;Silva, 2019). Para corroborar tal argumento, as autoras ainda afirmam que O modelo de competências na América Latina surge de forma mais evidente no processo de reformas educacionais, como parte das reformas estruturais do aparelho do Estado e todos os ajustes que esses países tiveram que fazer em seu ordenamento macroeconômico nos anos de 1990.…”

Desenvolvimento Curricular, Licenciatura em Matemática, Esfera Pública e OCDE: uma conversa entre tantas outras possíveis (e necessárias)

“…Vale salientar que muitas dessas estratégias foram revogadas, sendo alvo de muitas críticas, mas voltaram ao cenário do Ministério da Educação (MEC) por ocasião de muitos profissionais, que estavam no MEC quando da aprovação da referida resolução, retornarem ao Ministério em Brasília, congregando agora o princípio da centralização, na forma de uma base comum nacional também para a formação de professoras/es. Um dos pontos defendidos na BNC-Formação diz respeito ao Exame Nacional de 10 As Diretrizes da formação de professores, de 2002, possui três princípios que deveriam definir a formação de professores: 1) noção de competência como concepção nuclear do curso; 2) garantia da coerência entre a formação oferecida e a prática esperada do futuro professor, 3) afirmação da pesquisa como elemento essencial, com foco no processo de ensino aprendizagem (Albino & Silva, 2019).…”

Importância das narrativas frente à precarização da formação e do trabalho docentes:

“…Parte-se aqui da hipótese de que questões como essas não são externas à formação e à profissionalização docente. Entende-se, nos limites desse estudo, que as reflexões epistemológicas sobre a formação e o trabalho docente visando uma maior e melhor profissionalidade não podem estar dissociadas das reformas educacionais em curso a partir de 2017, culminando com a BNC Formação Docente e com a Resolução n.1 de 2021 apresentando as novas diretrizes curriculares gerais para a EPT (ALBINO, SILVA, 2019, BRASIL, 2017, 2020, 2021. Nesse sentido, defende-se, nesse estudo, a importância de não se dissociar o entendimento da formação e do trabalho docente das formas gerencialistas da educação e da laboralidade inerente à lógica da governamentabilidade neoliberal.…”