Betão auto-compactável com resíduo agroindustrial

Abstract

RESUMOA cinza que resulta da queima do bagaço da cana-de-açúcar (ACBC) é um resíduo agroindustrial gerado em larga escala no Brasil. Como alternativa de aplicação desse material, neste trabalho foi desenvolvido um betão auto-compactável (BAC) com a incorporação da ACBC. O programa experimental foi realizado segundo um plano fatorial em argamassas para optimizar a composição da pasta, que posteriormente foi verificada ao nível do betão. Foram adotados quatro parâmetros da mistura como variáveis independentes, nomeadamente, as relações água/cimento , água/finos, superplastificante/finos e ACBC/cimento. Após a definição das composições, diversas misturas de argamassa foram produzidas e realizaram-se os seguintes testes: espalhamento, fluidez, resistividade elétrica, resistência à compressão e porosidade acessível à água. Através de uma análise de regressão multilinear foram ajustados modelos numéricos aos dados experimentais. Por fim, foi possível optimizar uma mistura visando maximizar o teor de ACBC e atender aos requisitos de autocompactabilidade e durabilidade. Após essa etapa, foi produzido e caraterizado um BAC mantendo a composição da pasta. Por meio dos resultados obtidos pode-se concluir que a ACBC possui potencial para ser incorporada na fração dos finos na produção de BAC. PALAVRAS-CHAVE:cinza do bagaço da cana-de-açúcar, resíduo agroindustrial, betão autocompactável, plano fatorial. 1.-INTRODUÇÃOO Brasil é o maior produtor mundial no setor sucroalcooleiro e, dentre os principais resíduos gerados no processamento da cana-de-açúcar, destaca-se o bagaço. Esse resíduo é utilizado como biomassa para a geração de energia. Após a queima do bagaço, gera-se a cinza leve e cinza pesada. A cinza leve se acumula nos filtros das caldeiras e a cinza pesada, nomeada por Almeida et al.[1] como areia de cinza do bagaço da cana-de-açúcar (ACBC) é proveniente do fundo da caldeira. O manejo desses resíduos é um problema 117