Belief, Legitimacy and theKpojito: An Institutional History of the ‘Queen Mother’ in Precolonial Dahomey

Abstract

This article traces chronologically the rise and fall of the office of thekpojito, the female reign-mate to the kings of Dahomey. The women who becamekpojitoin the eighteenth century were central to the efforts of the kings to establish legitimacy and assert control over the kingdom's expanding territory. The office reached its zenith in mid-century whenKpojitoHwanjile and King Tegbesu gained office and effectively ruled in tandem, thereby solidifying an ideological model that persisted to the end of the kingdom. The model posited a balance of power between male and female, royal and commoner. Subsequently, powerful women of the king's household worked with ambitious princes to build coalitions to seize power at times of royal succession. When their efforts succeeded, the prince was installed as king and the woman askpojito. By the nineteenth century, princes began to find alternative sources of support in their struggles for the kingship and alternative sources of guidance once enthroned. The royal family became more central in the state as princes and princesses replaced commoners in high offices. Even though alliances between princes and their fathers' wives continued, non-royal women within the palace were more constrained in their ability to wield power and the influence of thekpojitofell into steep decline.The institutional history of thekpojitois discerned through an analysis of religious change in Dahomey. Because the hierarchy of the gods was manipulated by the monarchy to reflect its changing conceptions of the nature of power, the history of religion represents an intellectual history of the ruling class. Central among the religious changes and cultural influences that had a probable impact on the office of thekpojito, and more broadly on the ability of women to exercise power in the state, were contacts with Europe and with Yoruba-speaking peoples. Those influences were associated with cultural and religious visions that promoted the individual, the male, and the royal.

A Casa Das Minas De São Luís Do Maranhão E a Saga De Nã Agontimé

“…a casa das minas de são luís do maranhão e a saga de nã agontimé de todo o conjunto das cartas daomeanas enviadas aos reis de Portugal (Parés, 2013). 57 Em 1990, Verger não conhecia a carta do rei Adandozan a dom João V, datada de 9 de outubro de 1810 -a carta 13 publicada por Parés 2013 Costa e Silva (1998Silva ( , 2004 e Bay (1995Bay ( , 1998 (Parés, 2013: 300). Se o tráfico negreiro para as colônias britânicas e os Estados Unidos estava proibido, e acarretara a queda do preço dos cativos em Ajudá "a um pouco menos da metade dos níveis anteriores a 1807", nos portos brasileiros, na mesma época, o preço dos escravos "subira de forma considerável" (Costa e Silva, 2004: 81).…”

“…59 Na primeira metade do século XVIII, os daomeanos percebiam-se como guerreiros e não como mercadores de escravos, pois apenas depois de reservar para sacrifícios partes significativas dos prisioneiros de suas guerras, colocavam os demais no mercado do tráfico (Costa e Silva, 2004). Os sacrifícios humanos, por sua vez, eram parte da permanente comunicação simbólica estabelecida entre a realeza e seus ancestrais tornados divindades: os humanos sacrificados eram considerados mensageiros entre os vivos e os habitantes do reino das sombras ou mesmo seus acompanhantes e cuidadores, que deveriam continuar a zelar por eles (Bay, 1995). Costa e Silva (1994: 24-25) Ajudá era então uma cidade "grande e espalhada", "distante quase cinco quilômetros da praia" e uma larga estrada real -com hospedarias vigiadas pelos espiões reais, centros religiosos e mercados -ligava-a a Abomé, a capital do reino.…”

“…Na, Nã, Naye, Naie, Nae correspondem a título honorífico que precede o nome pessoal da kpojito. Kpojito, informa Bay (1995), era um posto oficial no antigo Daomé, um cargo que existiu a partir de certo momento da história do reino, 61 até sua extinção no começo do século XX. Denominava a mulher parceira do rei no poder, considerada a mais rica e poderosa do reino.…”

“…Denominava a mulher parceira do rei no poder, considerada a mais rica e poderosa do reino. E, segundo a autora, uma das poucas certezas a esse respeito (Bay, 1995) 62 é que aquelas nomeadas para o cargo tinham sido esposas do antecessor daquele que as convocava para ocupá-lo. Era nessa condição que elas se tornavam progenitoras simbólicas do novo rei: "Na perspectiva daomeana, a questão da relação biológica entre a kpojito e seu par masculino real é irrelevante [...] Cada rei substitui o primeiro ancestral, e a kpojito ergue-se no lugar de sua mãe" (Bay, 1995: 12).…”

“…Ao reinstaurar a cada novo reino o tempo ancestral, a história do antigo Daomé traz consigo a natureza cíclica dos mitos. A dinastia real reinava no mundo visível e no mundo das sombras povoado pelos ancestrais divinizados, fundadores míticos dos clãs e por espíritos poderosos e perigosos do século XIX (Bay, 1995). Nascimento e morte eram passagens entre os dois mundos, e os sacrifícios, oráculos e preces (o transe pela mediação dos sacerdotes, creio eu também) eram formas da comunicação entre eles.…”