Barreiras na implementação das diretrizes de detecção precoce dos cânceres de mama e colo do útero no Brasil

Abstract

Resumo Diretrizes clínicas podem melhorar a qualidade e a segurança da atenção à saúde, reduzindo ações inapropriadas, entretanto, a implementação desses documentos é influenciada por diversos fatores. O objetivo deste estudo foi identificar as barreiras na implementação das diretrizes para a detecção precoce do câncer de mama e do colo do útero no Brasil sob a perspectiva dos gestores do SUS. Trata-se de uma pesquisa transversal e exploratória com desenho quantitativo-qualitativo, com 60 gestores. As principais barreiras para o câncer de mama foram: conflitos com as sociedades de especialidades médicas (31,0%); baixa adesão dos profissionais (20,7%); desorganização dos serviços (17,2%); e para o câncer do colo do útero: pouca tradição organizacional no uso de diretrizes (25,0%); baixa adesão dos profissionais (21,4%); desorganização dos serviços de saúde (21,4%). Demais barreiras identificadas foram a precariedade do sistema de informação e alta rotatividade dos profissionais. Diferenças regionais se destacam na demanda inapropriada da população na Região Sul e na escassez de recursos financeiros na Região Norte. Os resultados reiteram pressupostos de como a comunicação ineficiente pode impactar na prática e adesão dos profissionais e usuários às recomendações e que as barreiras se relacionam a condições interdependentes e de forma sinérgica se potencializam nas dimensões práticas, sistêmicas e organizacionais.

Participative education with nurses: potentialities and vulnerabilities in the breast and cervical cancer tracking

“…In addition to the ease of having access to cancer screening actions, the individual dimension of vulnerability presents aspects related to the users' culture, such as shame, fear, religiosity and previous suffering, all of which require further studies and light technologies that facilitate the incorporating them into educational approaches to women. Similar findings were identified in a study (5) that analyzed the barriers to the implementation of guidelines for the prevention of these diseases.…”

“…The author states that the perception of illness is not restricted to the set of individual aspects; it is also found, in an inseparable way, in the collective and contextual aspects. The complexity of the factors that operate in the screening of breast and cervical cancers has been evidenced by other studies on the subject (5) .…”

“…Combining permanent participatory education with the PAPS methodology would help to improve the care processes (asymmetry between programmatic proposals and practice) (10) , minimizing individual, social and programmatic vulnerabilities (7) of health/illness processes in search of the care, especially preventive, increasing the production of knowledge for application in specific contexts. Study (5) assumes that inefficient communication can impact the practice of professionals and users adhering to the recommendations of the ministerial guidelines on breast cancer; and barriers related to their tracking are due to interdependent conditions, which synergistically increase in practical, systemic and organizational dimensions.…”

“…The nurse's work in Primary Health Care is essential for the primary and secondary prevention of female breast and cervical cancers. However, there are divergences in the performance of these professionals in relation to ministerial guidelines (4) for the detection of these diseases -divergences arising from aspects related to municipal management, nurses' knowledge and adherence to the guidelines (5) .…”

O Que Esperar no Tocante à Saúde Materno-Infantil no Pós-Pandemia de Covid-19? / What to Expect About Maternal and Child Health in the Post-Pandemic of covid-19?

“…Não se pode deixar de abordar as neoplasias na mulher, com incidência em pleno crescimento, pois mesmo com programas bem consolidados na Atenção Básica, muitas são as barreiras, dentre as quais: conflitos com as sociedade de especialidades médicas, baixa adesão dos profissionais, desorganização dos serviços de saúde, pouca tradição organizacional no uso de diretrizes, dentre outras 19 .…”