“…Deste investimento resultará a possibilidade de traçar um perfil de risco individual e um maior conhecimento dos processos moleculares que conduzem ao desenvolvimento de doenças, como os tumores (McKay, 2000). Esta genetização dos corpos, ou seja, a transformação dos corpos por intermédio de aplicações tecnológicas e conhecimentos médicos no âmbito da genética e biologia molecular, foi acompanhada pelo crescente reconhecimento de que as mutações genéticas conferem predisposição para a doença (Vladareanu et al, 2007), enunciando as terapias celulares como a medicina do futuro (Mendes-Takao et al, 2010), cujo desenvolvimento se associa à investigação em embriões com vista ao conhecimento preditivo dos processos da vida (Chapman, Frankel e Garfinkel, 1999;Sander, 2000;McMahon et al, 2003). Burns (2009) mostra que as células estaminais se afiguram como um "super-herói" ao prometer uma lógica exclusiva de salvação, na medida em que não se propõem apenas eliminar a doença (como o fazem os antibióticos), mas também (e sobretudo) regenerá-la.…”