Banco de sementes do solo após 25 anos do plantio de leguminosas arbóreas em área de empréstimo – Seropédica, RJ

Abstract

Em áreas degradadas pela remoção de horizontes superficiais do solo, como as áreas de empréstimo, poucas são as espécies vegetais capazes de se desenvolver sem a aplicação de elevadas doses de fertilizantes. As plantas da família Leguminosae, fixadoras de nitrogênio, estão entre essas poucas, visto que possibilitam rápida cobertura do solo e a estruturação do ambiente para um avanço sucessional. Em 1989, no campo experimental da Embrapa Agrobiologia, Seropédica – RJ, realizou-se a revegetação de uma área de empréstimo de argila, com espécies dessa família, noduladas e micorrizadas. Após 25 anos do plantio, avaliaram-se a fertilidade, o estoque de serrapilheira e o banco de sementes do solo, com ênfase nas espécies não arbóreas. O uso de leguminosas arbóreas mostrou-se eficaz, depositando elevada quantidade de serrapilheira e assim melhorando a fertilidade do solo, o que acarretou a ativação dos mecanismos de sucessão natural. Foram identificados no banco de sementes do solo 37 espécies/morfotipos de 16 famílias. Desse total, 25 eram não arbóreas, sendo 16 nativas e 9 naturalizadas. O estudo leva a uma reflexão sobre a necessidade de se dar mais importância a outras guildas da floresta, em projetos de restauração, mesmo considerando o sucesso das leguminosas arbóreas na catálise do processo de sucessão ecológica.

Seleção de plantas autóctones para recuperação de ambientes invadidos por espécies exóticas

“…Tal método pode ser aplicado utilizando espécies pioneiras como A. occidentale, S. macranthera e S. amara, e espécies clímax, como A. cordatum, M. hirtum e M. fallax. Espécies de leguminosas desenvolvem um importante papel em projetos de recuperação de ambientes, em razão da adição de matéria orgânica, cobertura, fornecimento de nitrogênio ao solo e estabelecimento de banco de sementes (Ribeiro, 1999;Requena et al, 2001;Chada, Campello & Faria, 2004;Azevedo, Ribeiro & Azevedo, 2007;Dias et al, 2007;Chaer et al, 2011;Arêas et al, 2022). Os resultados de Carvalho et al (2000) e Chaer et al (2011) demonstraram que a tática de mesclar espécies leguminosas com espécies frutíferas trouxeram resultados satisfatórios para o projeto de recuperação, visto que houve uma colonização por espécies não plantadas, provavelmente provenientes da dispersão zoocórica e um aumento da diversidade da fauna do solo.…”

A degradação dos biomas brasileiros e o papel ecológico das abelhas nativas na regeneração natural

“…A presença de espécies arbóreas da família Fabaceae desempenha um papel significativo na regeneração e subsequente sucessão de espécies. Essas plantas melhoram a qualidade do solo ao se associarem com fungos micorrízicos (ARÊAS et al, 2022). Essa associação entre plantas e fungos contribui para o enriquecimento do solo com nitrogênio, favorecendo a colonização de outras espécies vegetais que requerem ambientes com maiores níveis de fertilidade, umidade e sombreamento (MACHADO et al, 2010;SOUZA, 2018).…”

Sementes de Juerana branca (Albizia pedicellaris (DC) L. Rico): métodos alternativos para a superação da dormência na Amazônia

“…A incorporação de novas espécies vegetais para a produção de mudas em nível comercial é muito importante para enriquecer em diversidade o mercado de plantas arbóreas e ornamentais, principalmente espécies pertencentes a família fabaceae (Arêas et al, 2022). No entanto, a produção de mudas a partir da utilização de sementes está sujeita a ação do mecanismo de dormência, em que, essa característica evolutiva impede a germinação de forma padronizada, mesmo com as condições ambientais favoráveis para a retomada do desenvolvimento do embrião (Marcos-Filho, 2015).…”