O escopo principal deste trabalho foi analisar o estudo das africanidades como instrumento de sistematização da Lei 10.639/03. Para tanto, nos fundamentamos no método da afrodescendência, o qual possibilita o entendimento da complexidade sistêmica africana ressignificada no contexto da diáspora brasileira. Como procedimento metodológico tivemos a revisão de literatura e a pesquisa empírica. Trabalhamos com autores que nos permitem refletir sobre a colonização africana no Brasil, a exemplo de Querino (1918) e Cunha Junior (2010), a relação entre população negra e educação, como Nunes, Santana e Franco (2021) e as africanidades caririenses como Silva (2019) e Silva e Cunha Junior (2019). Por sua vez, a pesquisa empírica foi desenvolvida através do referencial teórico-metodológico dos percursos urbanos, os quais ocorreram na cidade do Crato-Ce, localizada na região do Cariri cearense. Para esse estudo, consideramos os percursos nas praças públicas, especialmente na Praça da Sé da cidade em questão. Compreendemos que o reconhecimento e a compreensão das africanidades nos propiciam vislumbrar as trajetórias negras no espaço geográfico, bem como o protagonismo social negro, num movimento que nos conecta, necessariamente, ao território ancestral. E nesse contexto, temos nas africanidades um instrumento de efetivação do ensino da História e Cultura Africana e Afrodescendente.