2012
DOI: 10.1590/s0104-59702012005000004
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Bactéria ou parasita? a controvérsia sobre a etiologia da doença do sono e a participação portuguesa, 1898-1904

Abstract: A etiologia da doença do sono era desconhecida até o início do século XX. Essa doença tipicamente africana em breve se tornaria o principal obstáculo à colonização europeia. O envio de missões científicas às colônias para seu estudo in loco tornou-se inevitável. Portugal enviou a primeira missão de estudo, a Angola, em 1901, e a Royal Society of London apoiou duas missões britânicas de estudo da doença, em Entebe. O resultado dessas investigações estabeleceu uma controvérsia, na qual Portugal esteve envolvido … Show more

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“…De um lado, esta teria fornecido condições de compreensão dos patógenos, transmissão e tratamentosou como Charles Rosenberg (1992) interpretou a delineação das epidemias em cura, tratamento e prognóstico. Porém de outro lado, Lyons (1992) assevera o quanto as práticas coloniais de saúde se caracterizavam por sua violência: aprisionamentos em isolamentos sociais, contínuas experimentações como pulsões com injeções na medula (no caso da tripanossomíase africana) e o erro-acerto para a aprendizagem da quantidade de produtos químicos necessários para o combate de patógenos (como o arsênio no combate do protozoário da tripanossomíase africana pela descoberta aplicada do Atoxil pelo médico luso Ayres Kopke em 1905) (Amaral, 2012). Essas imposições médicas se distanciam da escuta das comunidades locais a respeito de suas práticas de cuidado de patógenos endêmicos (como a tripanossomíase africana e americana, malária, dengue entre outros).…”
Section: Atitudes Elusivasunclassified
“…De um lado, esta teria fornecido condições de compreensão dos patógenos, transmissão e tratamentosou como Charles Rosenberg (1992) interpretou a delineação das epidemias em cura, tratamento e prognóstico. Porém de outro lado, Lyons (1992) assevera o quanto as práticas coloniais de saúde se caracterizavam por sua violência: aprisionamentos em isolamentos sociais, contínuas experimentações como pulsões com injeções na medula (no caso da tripanossomíase africana) e o erro-acerto para a aprendizagem da quantidade de produtos químicos necessários para o combate de patógenos (como o arsênio no combate do protozoário da tripanossomíase africana pela descoberta aplicada do Atoxil pelo médico luso Ayres Kopke em 1905) (Amaral, 2012). Essas imposições médicas se distanciam da escuta das comunidades locais a respeito de suas práticas de cuidado de patógenos endêmicos (como a tripanossomíase africana e americana, malária, dengue entre outros).…”
Section: Atitudes Elusivasunclassified
“…No final do século XIX, alguns casos clínicos de doença do sono foram observados em Lisboa e em Coimbra. No alvorecer do século XX, suspeitava-se ainda que o agente etiológico da doença poderia ser uma bactéria (Amaral, 2012(Amaral, , p.1284.…”
Section: A Doença Do Sono E a Medicina Tropical Em Portugalunclassified
“…Além do paludismo, do beribéri e de outras patologias exóticas, a doença do sono foi a mais estudada pelo professor Ayres Kopke e aquela para cuja terapêutica ele dedicou toda sua carreira (Amaral, 2012(Amaral, , p.1281. O professor da Escola de Medicina Tropical assim resumiu sua agenda científica no início do século XX:…”
Section: O Tratamento Da Doença Do Sono Na Agenda Científica De Ayresunclassified
“…À literatura sobre a história da doença do sono nas colónias portuguesas em África ( Amaral, 2012 ; Havik, 2014 ; Varanda, 2014 ), Coghe (2022) junta o olhar sobre as consequências do surto epidémico da década de 1890 em Angola: por um lado, a enorme ansiedade com o despovoamento do território e, por outro, as mudanças nas políticas populacionais do Estado colonial português que aquelas ansiedades espoletaram na transição para o século XX. Vista como a causa de uma significativa perda populacional e um perigo para a economia, devido à falta de mão de obra e à correlacionada diminuição da produção agrícola e do comércio, a doença era também encarada como uma ameaça à legitimidade do colonialismo português.…”
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