Babiy Yar: análise do edifício digital, metáfora do holocausto nazista

Abstract

The architecture has been greatly expanded in its complexity by the resources of computing. Thus, most intense experiences are achieved through visual metaphors. As a way of understanding digital cases increasingly present in the design of everyday life, this work aims to illustrate an application of the semiotic method of Charles W. Morris: a study on digital design created by Kokkugia Architects, the building Babiy Yar Memorial. A syntactic analysis of the digital process (presenting the concepts and key elements within the process) is performed; the understanding of that expression in the semantic context and, finally, their contextual pragmatic aspects.Keywords: Digital Architecture, Kokkugia, Semiotics, Analysis. IntroduçãoA Ucrânia já foi o país com a maior quantidade de judeus refugiados no mundo, buscando escapar dos alemães e dos russos. Babiy Yar (em ucraniano: Бабин Яр, Babyn Yar; em russo: Бабий Яр, Babiy Yar) é uma ravina existente em Kiev, capital da Ucrânia, que ficou conhecida na história como local de um dos maiores massacres de judeus e civis da antiga União Soviética, assassinados pelos nazistas durante a II Guerra Mundial. A ravina é uma escavação natural existente no entorno de Kiev, causada pelas enxurradas nos frequentes degelos da neve.Segundo registros históricos, a ravina já tinha sido utilizada para inúmeros propósitos: campo militar, cemitério ucraniano, cemitério judeu. Antes desse genocídio (filmado e fotografado pelos próprios nazistas), cerca de 700 pacientes de um hospital psiquiátrico de Kiev foram suas primeiras vítimas. Muitos judeus ucranianos chegaram a fugir quando souberam da invasão alemã (na sua maioria homens), mas outra parte da população permaneceu na cidade, pois achavam que iam ser transferidos para outras localidades. No entanto, todos que ficaram, incluindo mulheres, crianças e velhos foram levados para as ravinas de Babiy Yar. Lá a humanidade presenciou um dos maiores assassinatos em massa da História: a multidão era obrigada a ficar em fila diante dos soldados armados para serem mortos e, a grande maioria, permanecia ajoelhada de costas, para que também já caíssem dentro dos fossos (ver Figura 1).Cerca de 100.000 judeus ucranianos foram mortos (ver Figura 2) e a maioria das execuções realizadas pelo oficial Paul Blobel, comandando a maior matança de judeus ucranianos em Babiy Yar, nos dias 29 e 30 de setembro de Figura 2: Judeus, comunistas, ciganos, prisioneiros soviéticos, deficientes e homossexuais foram fuzilados nas bordas da ravina, enchendo a vala natural que já serviria como uma enorme cova.