A maioria dos programas atuais de atenção pré-natal é originada de modelos desenvolvidos em países ocidentais, nas primeiras décadas do século passado.Embora parcela significativa tenha calendário e conteúdo similares, diferem quanto ao tipo de profissionais envolvidos, às práticas recomendadas e realizadas, além de diferentes taxas de adesão de mulheres 1,2.Vários autores têm realizado profícuo debate sobre os modelos de pré-natal, discutindo principalmente as bases científicas sobre as quais se construíram e os resultados sobre a saúde materna e perinatal [3][4][5] . Com intenção de conduzir essa discussão, estudo sistemático avaliou diferentes modelos e suas repercussões, analisando um conjunto de variáveis , baseado em intervenções com evidências, e que constituam um modelo, que otimize recursos e não acrescente riscos às gestantes que não apresentem complicações 6 . No Brasil, a assistência pré-natal tem apresentado importantes diferenciais em numerosos aspectos, que vão do acesso, ao número de consultas, passando por seus conteúdos, periodicidade e profissionais de saúde envolvidos em sua realização
O Programa de Humanização do Pré-natal (PHPN)O PHPN em linhas gerais recomendou primeira consulta até o 4 o mês de gravidez e a adoção dos seguintes procedimentos: seis consultas, no mínimo, para cada mulher: preferencialmente uma no primeiro trimestre, duas no segundo e três no terceiro; uma consulta no puerpério, até quarenta dias após o parto; exames laboratoriais: tipagem de sangue, hemoglobina/hematócrito, VDRL, urina de rotina, glicemia de jejum , todos realizados na primeira consulta e os quatro últi-mos, repetidos próximo a trigésima semana da gestação; teste de HIV oferecido na primeira consulta, em municípios de população acima de 50.000; aplicação de vacina antitetânica, até a dose imunizante (segunda), ou reforço para as já imunizadas; classificação continuada de risco gestacional e atividades educativas.Até então, não haviam estudos conclusivos sobre o número mínimo ou ideal para se lograr os resultados esperados 6,9 . A maioria recomendava uma consulta no primeiro trimestre, considerada precoce, e de impacto, variando a partir daí, sobre o número ideal e sua periodicidade.Como o país apresentava em média quatro consultas por mulher que tinha seu parto na rede do SUS, supôs-se que um incremento de 50%, ou seja mais duas consultas, seria uma proposta viável, sem perder a perspectiva de diferenças e dificuldades regionais.