Avaliação Do Uso E Cobertura Da Terra Em Paragominas E Ulianópolis-Pa, Utilizando Dados Do Projeto Terraclass

Abstract

As mudanças de uso e cobertura da terra são apontadas por vários estudos como causadoras de danos ambientais à medida que a floresta é convertida a outros usos. O presente trabalho tem por objetivo analisar as dinâmicas de transições de uso e ocupação da terra em Paragominas e Ulianópolis. Foram quantificadas e mapeadas classes de uso e cobertura da terra fornecidos pelo Projeto TerraClass para os anos de 2004, 2008, 2010 e 2012, posteriormente, foram efetuadas as análises das dinâmicas e realizadas comparações entre os mapeamentos. Os resultados apontaram que grande parte da área de floresta foi convertida para agricultura e pastagem. Em Paragominas, a agricultura anual apresentou no ano de 2012 um acréscimo de 2,62% em relação a 2004, passando de 1,19% para 3,81%, período em que a classe praticamente triplicou a sua área e grande parte do incremento na agricultura se deu sobre as áreas de pasto (66%), vegetação secundária (14%) e floresta (8%). Em Ulianópolis, a agricultura anual teve sua área mais que dobrada em 2012, passando de 2,81% em 2004 para 6,30% em 2012 e o incremento se deu pelo avanço sobre as áreas de pasto (56%) e floresta (17%). Conclui-se que grande parte das áreas de floresta foram convertidas para vegetação secundária, agricultura anual e pasto. Do total de incremento da área de agricultura, 66% em Paragominas e 56% em Ulianópolis, foi originário da classe de pasto. Portanto, as dinâmicas das classes estão baseadas na agricultura e pecuária como variáveis na matriz econômica dos municípios.

As mudanças no uso e cobertura da terra e o comportamento hidrológico da bacia do rio Capim (Paper 390)

“…Tabela 3 -Áreas do uso cobertura da terra na bacia do rio Capim até a estação Fazenda Maringá Analisando a proporção das classes de uso e cobertura da terra para a região EF Badajós e EF Maringá, identifica-se que as classes mais presentes na região para os anos estudados foram: Floresta e Pastagem. Nos estudos realizados por Pereira et al (2012), Sousa et al (2017) e Oliveira et al (2016), para regiões do Estado do Pará, também se identificou como uso e cobertura da terra preponderante a Floresta.…”

“…Rivero et al (2009) e Bizzo e Farias (2017), apontam como os principais fatores historicamente indutores do desmatamento na Amazônia, a pecuária e a agricultura. Sousa et al (2017), a partir dos dados do projeto TerraClass, identificaram que quanto ao desmatamento ocorrido de 2008 até 2012 no estado do Pará, 63% tornaram-se pastagem (17.515 km2), 19% vegetação secundária (5.424 km2) e 2% agricultura (513 km2), porém na região de Paragominas a agricultura foi a que mais ocupou as áreas anteriormente desmatadas. Neves et al (2014) afirmam que o desmatamento no município de Paragominas não teve forte correlação com o aumento da pecuária na região, tendo sido ocasionado pela inserção de outras atividades econômicas como o plantio de grãos, principalmente, soja e a extração de madeira para geração de energia térmica (carvão vegetal).…”

“…Um dos principais municípios produtores de soja no Pará são Paragominas e Ulianópolis, essa cultura normalmente é plantada nas áreas de pastagem velha, porém também tem impacto direto sobre o desmatamento, a sua expansão no Pará tem sido realizada de maneira intensa (CASTELO; ALMEIDA, 2015). Segundo Sousa et al (2017), o avanço da agricultura foi maior no município de Ulianópolis, devido a economia do município ser baseada no extrativismo (vegetal e mineral). A partir dos dados do IBGE, identifica-se que a plantação de soja apresenta um crescimento contínuo a partir de 2001 para o Pará (IBGE, 2018).…”

“…A área não observada apresentou os percentuais de 2,30% (2004), 9,37% ( 2008), 1,54% (2010) e 4,56% (2014) para a região EF Badajós, já para a região EF Maringá a percentagem foi de 2,48% ( 2004), 6,88% ( 2008), 1,12% (2010) e 3,89% (2014). No estudo realizado por Sousa et al (2017), o qual também utilizou os dados do projeto TerraClass, a classe área não observada não foi analisada separadamente, mas sim em conjunto com outras classes.…”

Análise Temporal Das Atividades Agropastoris Nas Áreas Desflorestadas Do Estado Do Pará - Brasil

“…O território paraense pelas boas condições edafoclimáticas vem sendo considerado como uma fronteira de expansão do agronegócio na Amazônia, com incentivos do poder público a pavimentação de estradas (BR-163 e PA-150) e a construção de portos graneleiros como de Itaituba e Barcarena marcam esse processo de expansão do agronegócio no estado. Os trabalhos sobre dinâmicas de mudanças de uso e cobertura da Terra na Amazônia, Espindola et al, (2011), Gollnow e Lakes (2014), Sousa et al, (2017) Os dados do Projeto TerraClass de classificação de uso e cobertura da Terra das áreas desflorestadas da Amazônia, se mostrou válida por retratar a distribuição dos usos em diferentes períodos, assim como para analisar as mudanças e seus principais condicionantes. Ressalta-se que estes dados são confiáveis e que estão disponíveis gratuitamente, sendo importantes para subsidiar políticas de ordenamento territorial e conservação ambiental.…”