Avaliação Do Efeito Transgeracional Da Cianobactéria Tóxica Raphidiopsis Raciborskii Sobre Espécie De Daphnia (Crustacea, Cladocera)

Abstract

INTRODUÇÃO:O presente estudo realizou uma análise do efeito transgeracional de uma espécie de cianobactéria tóxica sobre espécie de microcrustáceo: Daphnia laevis, clone Ibirité (ambiente aquático brasileiro). OBJETIVOS: Avaliar a aptidão de uma população de Daphnia, através dos seguintes parâmetros: sobrevivência, crescimento somático, fecundidade e taxa intrínseca de aumento populacional (r), em duas gerações (F0 e F 1 ) mediante exposição à dieta com adição da cianobactéria Raphidiopsis raciborskii (cepa LETC-CY-05). METODOLOGIA: Fêmeas de D. laevis foram expostas a dois tratamentos com a cepa tóxica (proporções de 20% e 50%) e um grupo controle com a espécie alimentada 100% com microalga verde. Na F0 e F 1 os ciclos de vida foram avaliados, sendo possível analisar a aptidão (r) entre populações de diferentes gerações. RESULTADOS: Os resultados revelaram diferentes respostas de D. laevis aos parâmetros analisados. Analisando os resultados da geração F 1 de D. laevis, ou seja, a prole advinda da geração F0, podemos notar que a idade da primeira reprodução foi maior nas concentrações com adição da cepa tóxica de cianobactéria, assim como observado na geração F0, porém, na F 1 a idade da primeira reprodução diminuiu em todas as concentrações em relação à F0. Comparando os resultados da geração F 1 a respeito do total de neonatos produzidos com os resultados da F0, podemos constatar que a produção de neonatos de F 1 foi maior do que a F0. A taxa intrínseca de crescimento populacional (r) da F 1 também sofreu um leve aumento quando comparamos com F0. Ao observamos o parâmetro de fecundidade média da F 1 e comparamos com F0, notamos houve um aumento sutil no número médio de neonatos. Porém, na concentração de 50%, a fecundidade média de F 1 foi menor do que na de 20% e do grupo controle alimentado apenas com clorofícea. CONCLUSÃO: O presente trabalho demonstrou que a F0 de D. laevis se mostrou mais tolerante na dieta mista com 20% de cianobactéria e que a geração de neonatos de mães expostas à cianobactéria (F 1 ) demonstrou que são mais tolerantes do que a F0 já que as mães se alimentaram de cianobactéria e podem ter transferido tolerância à prole.