Avaliação do acesso e qualidade do atendimento odontológico na atenção básica de Patos-PB sob a perspectiva dos usuários

Abstract

O objeto da pesquisa foi avaliar o acesso e qualidade do atendimento odontológico na atenção básica do município de Patos-PB. Foi realizada uma entrevista com os usuários dos serviços odontológicos das Unidades Básicas de Saúde da Família (UBS) da cidade. Para coleta das informações foi utilizado um instrumento formulado a partir da agregação de questionários previamente validados: QASSaB, dados demográficos e dados sobre a autopercepção de saúde bucal e demanda aos serviços de saúde bucal. Os dados foram analisados pelo programa estatístico SPSS e o teste do Qui-quadrado (IC 95%) avaliou a associação entre as variáveis. Foram entrevistados 211 usuários, onde 61,6% eram do sexo feminino e a maioria (27%) tinha entre 31-40 anos de idade. 65,4% declararam uma renda mensal familiar de 1-3 salários mínimos, 60,7% nunca tiveram dor de dente e 70,1% consideram sua saúde bucal boa. 38,9% consideraram como “fácil” conseguir uma vaga para o tratamento odontológico na UBS, 32,2% avaliou o tempo de espera como curto e 71,1% tiveram os problemas de saúde resolvidos. 47,4% relataram estar “satisfeitos” com o tratamento odontológico e 53,1% avaliaram como “confortável” a estrutura física das UBSs. A maioria relatou que raramente recebe orientações sobre saúde bucal (60,7%) e os procedimentos de maior procura foram as exodontias (28,8%) e restaurações (32,2%). A localização da UBS apresentou relação significativa com a qualidade dos serviços (p=0,0015). Os usuários das UBSs de Patos-PB encontram-se relativamente satisfeitos com o atendimento odontológico realizado na atenção básica, tendo as suas queixas no geral prontamente atendidas pelos profissionais.

Experiência de dor de dente de acordo com risco familiar em município do nordeste brasileiro

“…Nesse estudo, 25,3% da amostra relataram ter sentido dor de dente nos últimos seis meses, semelhante ao observado em estudo com adolescentes da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (23,4%) e maior prevalência foi encontrada em outro estudo com usuários do serviço de saúde (34,1%) (Darley et al, 2021;Silvestre Junior et al, 2021). Vale salientar que alguns participantes afirmaram ter passado por um processo de dor de dente há muitos anos, e mesmo assim ainda lembravam com detalhes da intensidade, duração e causa da dor, corroborando com estudos realizados que ratificam que a experiência de dor de dente é memorável para quem a sente, devido a sua intensidade ser comparada a outras dores sentidas e classificadas como severa, o que denota a sua relevância e a necessidade de intervenção (Pinho et al, 2012;Lucas et al, 2014).…”

Resolutividade do serviço odontológico público em um município do estado da Bahia, Brasil

“…No que concerne a atenção primária, os serviços odontológicos no início da primeira década do século XXI mantinhamse deficientes com procedimentos ainda sob a visão curativista e mutiladora, pela carência de políticas públicas voltadas para este setor da saúde. Nesse contexto, no ano 2000 o Ministério da Saúde regulamentou a criação das equipes de saúde bucal (ESB) na atenção básica e em 2004 o Ministério da Saúde lançou a Política Nacional de Saúde Bucal (PNSB), o programa Brasil Sorridente, que reorienta as práticas odontológicas para ampliar e qualificar a oferta em saúde bucal, com ações de promoção, prevenção, assistência e reabilitação, incluindo indivíduos de todas as idades, além de incentivar ações que viabilizem a qualificação técnica e científica dos profissionais (Brasil, 2018;Silvestre Junior et al, 2021).…”