Avaliação de Produção de Serapilheira em Planície Inundável no Pantanal Mato-Grossense

Abstract

ResumoA pesquisa teve como objetivo avaliar a produção de serapilheira (litter) em planície inundável, em duas áreas distintas, sendo de fitofisionomia denominada Cerrado sensu stricto e uma área com dominância de Scheelea phalerata (Arecaceae), popularmente conhecida como acuri, localizada no município de Poconé MT. Para a coleta de dados da serapilheira produzida foram distribuídos, sistematicamente, seis coletores nas duas áreas de estudo, totalizando 12 unidades amostrais. O material foi recolhido, mensalmente, durante 10 meses. Todas as amostras de serapilheira foram recolhidas, mensalmente, e levadas ao laboratório para lavagem com água destilada, posteriormente, sendo separada em folhas, galhos, flores, frutos e sementes, e estes levados para secagem em estufa a 65 -70 °C por 72 horas e, posterior pesagem em balança digital. A produção de folhas foi maior na área de cerrado durante a estação da seca, contudo, a produção de galhos teve maior percentual na área de acuri na estação chuvosa, as flores se mostraram em maior quantidade na área de cerrado se comparada ao acuri (estação chuvosa), a presença de frutos somente pode ser denotada na área de acuri e as sementes apresentaram maior quantidade na área de acuri. Observou-se que a produção de serapilheira apresentou sazonalidade, ao longo do ano, sendo a maior produção no período de junho a novembro (estação seca). Palavras Avaliação de Produção de Serapilheira em Planície Inundável no Pantanal Mato-Grossense Evaluation of Litter Production in Floodplain in

Deposição mensal da serapilheira em área de Cerrado, em Gurupi, TO

“…A maior deposição no período de estiagem se deve ao fato das espécies do cerrado serem caducifólias, ocorrendo assim uma maior deposição neste período. Diversos estudos mostram que, no Cerrado, a deposição de folhas nos meses de julho e agosto deve-se à abscisão foliar (Sanches et al, 2009;Viera et al, 2014;Machado et al, 2015;Teixeira et al, 2016;Marques et al, 2017). Desta forma, o presente trabalho acrescenta outro fator importante, por relacionar as características da vegetação com a deposição da serapilheira.…”

“…Kerbauv (2008) afirmou que a abscisão foliar está relacionada a diferentes hormônios, tais como: auxinas, citocininas e o ácido abscísico. Além disso, outros autores afirmam que os fatores ambientais e biológicos, como a idade avançada das folhas e os organismos parasitas, a redução na entrada de nutrientes e as alterações na composição dos gases atmosféricos também contribuem para a queda das folhas (Sanches et al, 2009;Marques et al, 2017).…”

Aporte e estoque de serapilheira no Brasil: uma análise bibliométrica da produção científica de 2008 a 2019

“…No Pantanal os estudos geralmente são voltados aos problemas recorrentes no bioma, tais quais a contaminação dos cursos d'água por meio do despejo inadequado de agroquímicos [74] e ultimamente, incêndios descontrolados. Somado a isso, a topografia e as inundações características da região podem dificultar as avaliações periódicas necessárias para o estudo da serapilheira, além de tornar indispensável a adaptação nos procedimentos de campo, como a escolha do formato dos coletores de aporte e a altura em que estes serão alocados do chão [75,76], o que além de dificultar o transporte dos coletores em campo, pode tornar a pesquisa mais onerosa. Do total de área da Amazônia brasileira, 20% já foram desmatados, o equivalente a 1 milhão de km², com registros de incremento de 29,5% de 2018 a 2019 [77].…”

Litter input in cerrado, cerradão and forest environments in Amazon, Brazil

“…One of the factors for the occurrence of this phenomenon may be related to the resistance mechanism from some plants to the water stress that, for avoiding water loss through transpiration, deposit a large amount of leaves in this period, thus reducing the water need (Marques et al ., 2017). Litter production studies conducted by Nascimento et al (2015); Ourique et al (2016); Aquino et al (2016); Moura et al (2016); Brasil et al (2017) and Marques et al (2017) also observed the maximum litter production in the dry period.…”