Para o Brasil, foram obtidos na literatura oito nomes de espécies conhecidas como boldo, quase todas com funções medicinais relacionadas ao estômago e fígado. O trabalho teve como objetivo apresentar diagnoses morfológicas para as espécies conhecidas como boldo, cultivadas no Brasil, bem como uma chave para identificação, figuras, comentários taxonômicos e medicinais. Foi baseado em cinco coletas férteis de boldo no município de Alta Floresta, Mato Grosso, e 47 exsicatas digitalizadas em bancos de dados online, provenientes de coletas realizadas no Brasil, totalizando 52 amostras examinadas. As diagnoses foram realizadas a partir de caracteres vegetativos e reprodutivos no Laboratório de Morfologia Vegetal, no Herbário da Amazônia Meridional (UNEMAT). São apresentadas três espécies de boldo cultivadas no Brasil, com usos medicinais relacionados ao estômago e fígado: Gymnanthemum amygdalinum (Delile) Sch.Bip. ex Walp., Plectranthus barbatus Andr. e Plectranthus neochilus Schltr., diferenciadas quanto a filotaxia, formato das lâminas e margens foliares, coloração de tricomas glandulares, tipos de inflorescências e adensamento entre as flores em antese. Espécimes determinados nos herbários como Plectranthus ornatus Codd não correspondem a espécie, mas a P. neochilus. Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng. não foi considerada como boldo devido não ter usos relacionados ao estômago e fígado, nem conhecida em literaturas tradicionais como boldo. Com o uso da morfologia vegetal, revisões taxonômicas, e-taxonomy e referências de plantas medicinais foi possível apresentar espécies popularmente chamadas de boldo no Brasil e com nomes científicos válidos, bem como, questionar espécies com ocorrência e nome popular duvidosos.