Avaliação da oferta e da produção das especialidades odontológicas em serviços públicos de atenção secundária em um estado do nordeste brasileiro

Abstract

No Ceará a expansão da oferta dos Centros de especialidades odontológicas (CEO) é recente. Deste modo, o presente estudo teve como objetivo avaliar a oferta e a produção dos CEO do Ceará no período de 2008 a 2014 a partir de dados secundários registrados no Sistema de Informação do Sistema Único de Saúde. Os dados foram expressos em forma absoluta e percentual e utilizaram-se os testes do qui-quadrado e a correlação de Spearman. Os resultados mostraram que o número de procedimentos no ano de 2008 foi de 280222 (9.2%), havendo uma leve redução para 253370 (8.3%) em 2009, um aumento para 677664 (22.3%) em 2010, com quedas subsequentes em 2011 (n=525259, 17.3%), 2012 (n=430991, n=14.2%) e 2013 (n=291666, 9.6%) reassumindo crescimento em 2014 (n=457192, 15.1%), totalizando 3035626 procedimentos no período de 2008-2014. Não houve correlação estatisticamente significante do número de procedimentos com o tempo do período avaliado (p=0.444). Em relação ao tipo de gestão os CEO municipais, p=0.003, r=0.964 e os CEO estaduais, p=0.048, r=0.775) apresentaram crescimento significante no período avaliado. Apesar da expansão dos serviços de saúde bucal secundária no Ceará e do crescente número de procedimentos especializados registrados, a capacidade para resolver os problemas destes serviços ainda é considerada um desafio para os gestores e profissionais da saúde bucal.

Brasil Sorridente: reconhecendo a história para reforçar a constante luta pela equidade em Odontologia

“…A gestão partidarizada, com excessivos cargos de confiança e baixa prioridade da pauta em questão nas políticas de saúde, nos âmbitos federal, governamentais e municipais enfraquecem o modelo de atenção universal, integralizado e equitativo preconizado pela política "Brasil Sorridente". A redução drástica do investimento no setor odontológico nos últimos anos, resultante não apenas da crise econômica do país, mas também da crise política, afeta os princípios norteadores dessa Política Nacional de Saúde Bucal e inviabiliza a ampliação e qualificação dos serviços básicos e especializado (Lima, et al, 2021;Narvai, 2020).…”