Avaliação da não adesão à farmacoterapia de doenças crônicas e desigualdades socioeconômicas no Brasil

Abstract

RESUMO: Objetivos: Avaliar a não adesão à farmacoterapia de doenças crônicas e investigar a existência de desigualdades socioeconômicas relacionadas a esse desfecho no Brasil. Métodos: Estudo realizado com base em dados da Pesquisa Nacional sobre Acesso, Utilização e Promoção do Uso Racional de Medicamentos (PNAUM), de 2014. A população de estudo correspondeu a indivíduos com 18 anos ou mais, com diagnóstico médico de pelo menos uma doença crônica e com indicação de tratamento farmacológico. A variável dependente foi a não adesão à farmacoterapia de doenças crônicas, mensurada pela adesão menor que 80% à terapia medicamentosa. Avaliou-se a desigualdade socioeconômica relacionada a não adesão pelos índices absoluto (SII) e relativo (RII) de desigualdade, calculados por análise de regressão logística. Resultados: A prevalência de não adesão à farmacoterapia no Brasil foi de 20,2%, variando de 17 a 27,8% entre as regiões. Além disso, esse estudo revelou desigualdades socioeconômicas absoluta e relativa na não adesão à farmacoterapia de doenças crônicas no Brasil (SII = -7,4; RII = 0,69) e nas regiões Nordeste (SII = -14; RII = 0,59) e Centro-Oeste (SII = -20,8; RII = 0,38). A probabilidade de não adesão à farmacoterapia, no Brasil, é maior entre os indivíduos de pior condição socioeconômica. Conclusão: Os achados do presente estudo apontam a necessidade de reestruturação e fortalecimento das políticas públicas voltadas à redução das desigualdades socioeconômicas em prol da promoção da equidade na adesão à farmacoterapia de doenças crônicas.

Fatores relacionados à adesão ao tratamento sob a perspectiva da pessoa idosa

“…The literature demonstrates that administering medications does not seem to be a hindrance to TA when you have a well-established routine [3][4][5][6][7][8][9][18][19][20] . Thus, the management of drug treatment by the old person should be the result of an agreement in which the health professional and the user align how the incorporation of therapy will occur in the day-to-day health care 2,12,[18][19][20] .…”

“…In this sense, challenges arise and, in parallel, strategies are developed, which despite being similar for some old people, such as administering medications at meals, at bedtime, among others, within the micro clinical, social and emotional reality of each individual, the consumption of pharmacotherapy is not identical and can have several outcomes 19 . Therefore, it is essential that the old person is instrumentalized in consolidating the practical and effective management of medicines in the routine, to guarantee the continuity of pharmacological care, as well as the therapeutic success of the treatment 2,12,18,19 .…”

“…It may even represent a user's agreement to his prescription, but, preliminarily, there was no consultation regarding his will 32 . Adherence, in practice, should be understood as a process that considers the participation and wishes of users in relation to their own treatments 2,32 . Therefore, it derives from this concept that adherence presupposes the active participation of the subjects who use the medications [2][3][4][5][6]18,19 .…”

“…The increase in longevity is often associated with the increase in the number of chronic noncommunicable diseases, physical, cognitive and mental disabilities, as well as the consumption of medicines 1 . Old people often need to use drugs chronically and, in this sense, the promotion of treatment adherence (TA) is a crucial element for therapeutic success 2,3 . TA reflects the extent to which the user follows and complies with the recommended treatment in relation to time, dosage and form of use 2 .…”

“…Old people often need to use drugs chronically and, in this sense, the promotion of treatment adherence (TA) is a crucial element for therapeutic success 2,3 . TA reflects the extent to which the user follows and complies with the recommended treatment in relation to time, dosage and form of use 2 . In the context of drug treatment, complex therapeutic regimens are often necessary for the effective management of different associated comorbidities, requiring greater attention, memory and organization from the old person regarding administration times [3][4][5] .…”