As Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAGs) podem ser definidas pela presença de febre, tosse (ou dor de garganta) e dispneia, ou saturação de O2 reduzida. Embora apresentem variadas etiologias, a pandemia de 2020 trouxe um aumento significativo dos casos notificados decorrentes de infecções pelo SARS-CoV-2. O presente estudo teve como objetivo descrever os dados clínicos, epidemiológicos e laboratoriais de pacientes admitidos no Hospital Universitário da Universidade Federal do Vale do São Francisco com suspeita de SRAG decorrente da COVID-19 ou inespecífica. Trata-se de um estudo retrospectivo, observacional transversal, com amostra de 72 indivíduos, admitidos entre março e julho de 2020. Os dados foram coletados a partir de prontuários eletrônicos. Para as análises dos dados foram realizados o cálculo das frequências simples e relativas e os testes estatísticos através do SPSS. A maioria dos indivíduos foi do sexo masculino, sendo a média da idade de aproximadamente 57 anos. Do total, 86,11% apresentaram, ao menos, uma comorbidade, sendo as mais prevalentes a hipertensão, idade avançada e distúrbios metabólicos. Para os 47 pacientes infectados pelo SARS-CoV-2, dentre os sintomas observados, destacaram-se a febre, saturação de O2 reduzida e dispneia. Em relação às alterações laboratoriais, foram observados o aumento dos níveis de TGO, D-dímero e ferritina, e a redução das taxas de albumina e hemoglobina. Outrossim, 74,5% necessitaram de ventilação mecânica, e o desfecho majoritário foi o óbito. Os dados descritos são capazes de auxiliar a prática clínica, pois evidenciam os achados mais frequentes observados em indivíduos com SRAG.