Autostem para a inclusão: adaptação de um guião pedagógico para crianças cegas ou com baixa visão

Abstract

No sentido de promover a inclusão educativa nas atividades do projeto Erasmus + Automata for STEM nr 2018-1-PT01-KA201-047499, desenvolveu-se a adaptação para crianças cegas ou com baixa visão do guião pedagógico de um dos autómatos do projeto, visando, por um lado, promover a representação mental do protótipo e das partes que o constituem e, por outro, a construção do mesmo pelas crianças. Trata-se de um pássaro, feito com papel e cartão, cujo movimento provocado, através do movimento deslizar, é o bater das asas. Tendo em consideração a importância que a informação auditiva e o experienciar táctil assumem na cegueira e baixa visão, ao longo do processo de adaptação do guião foram desenvolvidos recursos adicionais, tais como folhas em relevo para uma exploração táctil das formas geométricas do brinquedo e ainda diversas descrições e instruções que o/a professor/a ou educador/a pode seguir para fomentar por exemplo a representação mental de conceitosgeométricos pelas crianças.

Imaginação, atividades criadoras e escrita

“…Imaginação, atividades criadoras e escrita: uma revisão bibliográfica 14 a escrita B, COSTA, SILVA, 2012COSTA, 2018). Houve, ainda, trabalhos que abordaram a imaginação e seus desdobramentos no processo de criação e no desenvolvimento infantil (CRUZ, 2015;SCHLINDWEIN, 2015, SAWAIA, SILVA, 2015ALMEIDA, KRÜGER-FERNANDES, BORGES, 2020;COSTA, ABREU, SILVA, 2021).…”

“…Em sua tese, Costa (2018) investigou as atividades criadoras de narrar, brincar e desenhar de crianças cegas ou com baixa visão na faixa etária de 6 anos. A pesquisadora demonstrou que, apesar das limitações visuais congênitas ou adquiridas, as crianças revelaram outros modos de visibilidade e de significação das atividades criadoras.…”

“…Os estudos, aqui, apresentados revelam um aumento crescente da produção acadêmica a partir de 2012. Mas as pesquisas que relacionam a escrita à imaginação e às elaborações criadoras da criança pré-escolar ainda são escassas, a exemplo de Costa (2012 A); Costa (2012 B); Costa (2018); Costa e Silva (2012) e Bomfim (2012). Atentas a essas discussões, Costa, Silva e Pederiva (2017, p. 56-57) concordaram com as provocações destes estudos, que tem em comum questionar as práticas escolares vigentes e sintetizaram, registrando que a escola tem oferecido espaços limitados e poucas oportunidades de expressão dos processos criadores da criança, espaços comumente restritos às aulas de arte, de modo que: "os processos de imaginar e criar ainda ocupam um lugar marginal na escola [...]" situação que nos convoca a pensar "sobre a necessidade de uma educação mais comprometida com as questões que envolvem a atividade criadora para além da prevalência do conteúdo disciplinar".…”

“…Partimos de uma concepção de escrita baseada nas discussões de Smolka (1989) e Costa ( , 2018, para as quais as práticas pedagógicas voltadas à alfabetização devem ser ampliadas e atualizadas. Portanto, compreendemos que a criança se apropria da escrita através de práticas de letramento, isto é, da inserção em práticas sociais de escrita e do contato com o mundo letrado, experiências que são sistematizadas na escola e vivenciadas na cultura.…”

“…Neste artigo, alicerçado na teoria histórico-cultural, a concepção de escrita é referenciada nos estudos de Smolka (1989) e Costa ( , 2018, sendo tomada como foco de análise para se compreender a dinâmica das atividades criadoras. De fato, mesmo antes de a criança aprender formalmente a ler e escrever, na idade pré-escolar, ela já vive em um meio social letrado e manifesta seus modos de participar da cultura letrada.…”