Autoeficácia e Experiência de Professores no uso de Tecnologias de Informática

Abstract

Resumo Apesar dos grandes investimentos governamentais para a implementação de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) no ensino público brasileiro, seu uso vem sendo pouco explorado. A relação entre professores e computadores é complexa e envolve variáveis como características do contexto, conhecimentos sobre a aplicação da tecnologia, crenças pedagógicas e variáveis psicológicas, dentre as quais, destaca-se a autoeficácia. A autoeficácia computacional docente envolve as crenças do professor quanto à própria capacidade para utilizar tecnologias de informática no contexto educacional e é considerada uma importante preditora do envolvimento dos professores no uso de tais tecnologias. O presente pretendeu verificar se a experiência no uso de um software educacional afeta o grau de informações sobre o uso de computadores e a autoeficácia computacional docente. Participaram do estudo 34 professores do Ensino Fundamental de quatro escolas públicas, divididos em dois grupos. Os professores do Grupo 1 (N=9) vinham aplicando um programa de ensino individualizado, realizado em computador, enquanto os do Grupo 2 (N=25) ministravam disciplinas regulares. Todos os professores responderam a um questionário de caracterização e a uma escala para a avaliação da autoeficácia computacional docente. Os professores do Grupo 1 obtiveram índices significativamente mais elevados de autoeficácia computacional docente e uma maior porcentagem deles declarou-se preparada para o uso do computador como ferramenta de ensino. Destaca-se a importância da autoeficácia para o uso efetivo das TIC no contexto educacional e sugerese experiências favorecedoras para seu desenvolvimento nos cursos de formação.

A Autoeficácia: Fio Condutor Entre as Práticas Pedagógicas E as Tecnologias Digitais

“…Além disso, é possível que componentes psicológicos dos docentes representem mais um obstáculo à integração das tecnologias às práticas pedagógicas. Esses componentes são: as crenças pedagógicas (PAJARES, 1992;ERTMER, 1999;ERTMER e OTTENBREIT-LEFTWICH, 2010;ZAMBON et al, 2012).…”

“…As relações entre as crenças e as práticas dos professores podem ajudar a esclarecer como esses profissionais decidem integrar as tecnologias ao ensino e produzir efeitos positivos e duradouros no processo de ensino-aprendizagem beneficiando tanto os alunos quanto os professores (SADALLA, SARETTA e ESCHER, 2002;CHEN, 2008;BUSTOS NAVARRETE, 2012;ZAMBON et al, 2012).…”

“…As crenças pedagógicas dos docentes estão ligadas ao planejamento das atividades educativas quanto ao emprego das tecnologias, uma vez que as crenças dos professores funcionam como um filtro através do qual determinam as prioridades na seleção dos métodos e dos conhecimentos necessários para a prática docente com as TIC (CHEN, 2008;BUSTOS NAVARRETE, 2012;ZAMBON et al, 2012).…”

“…Dessa forma, os docentes com elevada percepção da sua autoeficácia computacional docente (ACD) se sentem mais preparados e motivados para ensinar com tecnologia, despendem mais esforços e persistem nas tarefas (ALBION, 1999;ERTMER et al, 2003;PAMUK e PEKER, 2009;ALVARENGA, 2011;. É fundamental a compreensão que a autoeficácia não substitui o conhecimento e as habilidades para o desenvolvimento das ações, ou seja, esta não é a única variável que influencia o desenvolvimento das atividades (BANDURA, 1986(BANDURA, , 1997PAJARES e OLAZ, 2008;ZAMBON et al, 2012;ALVARENGA, 2014). Usar as TIC didaticamente demanda habilidades de saber usá-las como ferramentas, além de sentir-se preparado para ensinar usando tais recursos (RAUDENBUSH et al, 1992).…”

“…O primeiro conceito faz referência ao uso da tecnologia no contexto pessoal como por exemplo enviar e-mails, preencher planilhas, elaborar apresentações e documentos, entre outros. E o segundo conceito conhecido como autoeficácia computacional docente (ACD)corresponde ao uso da tecnologia de forma significativa para a aprendizagem dos alunos, ou seja, é vista como a capacidade docente em usar a tecnologia na sala de aula de forma que possa contribuir para uma aprendizagem mais relevante dos discentes(ALVARENGA e AZZI, 2010;ZAMBON et al, 2012).…”