RESUMO
ABSTRACTThe control of the vectors of Chagas' disease in the State of Sao Paulo are discussed, mainly those activities that led to the elimination of Triatoma infestans. Secondary factors that helped the control such as rural exodus are also analyzed. The article shows that since 1965 the control became a campaign with different phases due to the epidemiological situation, the acquired knowledge and the entomological surveillance. After 25 years of work, the elimination of all the focus of Triatoma infestans was finally reached and the campaign was ended. However, due to the possibility of reintroduction of the vector in rural areas by passive transportation besides the presence of secondary vectors (Triatoma sordida and Panstrongylus megistus) in several localities, the vector control activities were not interrupted and the surveillance is continuous.
INTRODUÇÃOEspécie alóctone, Triatoma infestans foi introduzido em terras paulistas, procedente do sul do país, provavelmente no decorrer do século XVIII, através dos tropeiros que percorriam o Caminho dos Muares, via esta que se alongava do Rio Grande do Sul até Sorocaba. Sua presença no Estado de São Paulo tomou vulto quando, no início do século passado, ocorreu maciço deslocamento da fronteira agrícola em direção ao oeste, em busca das terras virgens necessárias ao plantio do café 1 . Mas foi somente após a chegada dos europeus que essa dispersão se intensificou acompanhando a penetração e ocupação populacional, invadindo as habitações nos espaços abertos para atendimento das necessidades do plantio e criação de animais. Por possuir caráter mesotérmico, ou seja, preferência por ambientes áridos ou semiúmidos, T. infestans se adaptou bem aos espaços artificialmente abertos no planalto paulista, sobretudo, quando e onde predominavam as casas de pau-apique e/ou barro em péssimas condições de habitabilidade 2 .Foi somente no decorrer da década dos anos quarenta que a problemática da doença de Chagas ganhou realmente força para buscar solução satisfatória. No Estado de São Paulo, o alarme levantado pela publicação de diversos trabalhos científicos 3-6 , mostrando a gravidade da situação então vigente, aliado a vontade política em recuperar a lavoura paulista da ruína financeira, consequente da queda do café no mercado internacional nos anos 30, foram os principais fatores que levaram o Governo e Assembléia estadual a delegar ao Serviço de Profilaxia da Malária (SPM) a responsabilidade de combater a endemia (lei estadual n o 1317 de 04/12/1951) 7 .