Ator-contador: a voz que canta, fala e conta nos espetáculos do Grupo Xama Teatro

Abstract

AGRADECIMENTOSAo meu pai Fausto, ao marido Abdomacir, às filhas Adara e Rana e à sobrinha-filha Viviane, pelo amor, presença diária e aceitação da ausência necessária para a realização desse trabalho.Às irmãs Lícia e Luciana, ao irmão Rodrigo, aos tios (as), sobrinhos (as) primos (a), sogra, cunhados (as) pelo incentivo, presença e amor que me fortalecem a cada dia e a cada nova jornada.Aos tios Márcio Vasconcelos, pelo olhar fotográfico que sempre me acompanha e a Cláudio Vasconcelos, pela grande ideia da carroça mágica.Ao primo Maurício Vasconcelos, pela criação da capa desse trabalho.À dindinha Ana Silvia Soares pelas traduções dos textos acadêmicos.Aos que me hospedaram em São Paulo, com toda segurança, carinho e conforto:Alfredo e Polianna Soares, Vinicius Vasconcellos, Isabel Nascimento, Samme Sraya, Ricardo Coutinho e Áurea Maranhão.Aos amigos que me fizeram companhia em SAMPA: Adão Monteiro e Janailton Santos.À Tiana e à Suka pelos aconchegos e mimos no Rio de Janeiro.Ao Tio Biné pela estadia no Rio para o curso de disciplina na UNIRIO.À Tati e à Mica pelo auxílio nos trabalhos domésticos. aquele que canta, conta e fala, que reveza o narrador e a personagem, a primeira e a terceira pessoa. O ator-contador constrói seus passos a partir dos rastros dos rapsodos e griots, do sujeito épico, dos brincantes e narradores anônimos. Com o pé fincado na memória, na tradição e na oralidade, ele fala de si e também fala do outro; com o poder da palavra mescla histórias reais e ficcionais. Para a manifestação da figura do ator-contador são necessárias algumas condições. Entre elas: o uso de uma voz que evoca elementos ausentes; o pensamento do neutro que produz o espaçamento entre a fala e a ação; a noção do espectador como público-ouvinte; o uso de uma fala direta para o público; a criação autoral de obras com textos de vocação oral; a escrita de uma dramaturgia híbrida que mescla os modos épico, lírico e dramático; a inserção do dramaturgo-contador no processo de criação, de forma conjugada com os atores-contadores.Palavras-chave: ator-contador; texto; voz; Xama Teatro; processo criativo. of narrating as its starting point. In its artistic productions, the character of the actorstoryteller stands out: he is the one that sings, tells stories and talks, switching from the persona to the narrator, from the first to the third person. The actor-storyteller builds up his steps as from the path of rapsodos and griots, from the epic subject, from the brincantes (players), and from the anonym narrators. With his foot planted in memory, tradition and orality, he speaks of himself and also speaks of others, combining both real and fictional stories. In order to manifest the character of the actor-storyteller, some settings are necessary. Among them: the use of a voice that evokes missing elements; the neutral thought that produces the spacing between speech and action; the notion of the observer being the public listener; the use of a direct speech to the public; the authorial creation of works with oral vocation texts; the w...

Collapse tactics in performing arts: on the urgency of surviving and standing up

“…To invoke the presence of women, artists, mothers, aunts, stars, goddesses, saints, friends, who were so often called vagabonds, is akin to listening to posthumous voices that remain active and resistant. And this was and continues to be our "political theater of desire" (Vasconcelos;Aires, 2020).…”

Táticas de desmoronamento em teatro: sobre a urgência de sobreviver e levantar-se

“…Invocar a presença de mulheres, artistas, mães, tias, vedetes, deusas, santas, amigas, que tantas vezes foram chamadas de vagabundas, é como escutar as vozes póstumas que permanecem ativas e resistentes. E esse foi e continua sendo o nosso "político teatro do desejo" (Vasconcelos;Aires, 2020).…”

Desejo do teatro no político, desejo do político no teatro e político teatro do desejo

“…Na pesquisa sobre a figura da atriz contadora (Vasconcelos, 2016) A oportunidade de apresentar um espetáculo de 80 minutos, com fala, canto e correria, sem o uso de equipamentos de amplificação sonora para público de até 600 participantes, que surgiam do meio do nada, montados em seus cavalos, motos, amontoados em suas caminhonetes e paus de araras, ampliavam o nosso entusiasmo e tornavam-nos uteis por combater, naquele instante, a violenta força da ignorância, do descaso, do desafeto e da cultura de massa, únicas formas de cultura que costumam chegar por tais paragens.…”