Ativismo pedagógico e princípios da escola do trabalho nos primeiros tempos da educação soviética

Abstract

RESUMOExaminamos neste artigo a influência do ativismo pedagógico nos primeiros tempos da educação soviética, de 1918 até o final da década de 1920. O estudo partiu da hipótese segundo a qual, nesse período, a pedagogia soviética teria mesclado tal influência com princípios marxistas da escola do trabalho. Quanto às fontes principais, baseamo-nos em discursos e artigos de três figuras importantes da revolução e educação no período: Anatoli Lounatcharski, Nadezja Konstantinovna Krupskaya e Vladimir Ilitch Lênin. Valemo-nos também de um texto pouco explorado de John Dewey sobre sua visita à Rússia Soviética, em 1928. O estudo concluiu que a presença do ativismo pedagógico foi típica do período de efervescência política da revolução, coincidindo com a campanha pela alfabetização e o início da construção do sistema nacional de escolas públicas, iniciando seu declínio na década de 1930, com a consolidação da revolução.PALAVRAS-CHAVE educação soviética; ativismo pedagógico; educação e trabalho.

A organização do trabalho didático sob a ótica de Paschoal Lemme: o ensino técnico-profissional na obra A educação na URSS - 1953

“…Mesmo nas escolas oficinas, após as aulas, os alunos frequentavam círculos extraescolares que incluíam, entre outras atividades, música e esportes. (BITTAR;FERREIRA JR., 2021, p.196) Destacamos, por fim, que na obra confirma-se a concepção de Lemme quanto ao ensino profissional de grau médio: a defesa do ensino unitário para que os jovens tenham a compreensão mais global do trabalho, o desejo de unir ciência e técnica e não o ensino de uma técnica para adestramento.…”

“…Conforme documentos da época ela era designada escola de trabalho e politécnica. Passou a ser dividida em três níveis: escola primária, secundário incompleto, secundário completo (do nono ao décimo ano ou décimo primeiro dependendo da república)(BITTAR; FERREIRA JR., 2021, p.113- 114).…”

Educação estética: contribuições para pensar a formação de professores de artes

“…Para aquilatarmos o significado desses números, lembremos que, na Rússia czarista, na encruzilhada dos séculos XIX e XX, sete em cada dez habitantes (sem contar as crianças com menos de 9 anos de idade) não sabiam ler nem escrever. (Bittar;Ferreira Jr., 2015, p. 437).…”

Escola Única do Trabalho: a interpretação soviética de uma educação marxista

“…A partir da aprovação da BNCC e Novo Ensino Médio, o modelo educacional brasileiro se aprofundará em um processo de privatização e jogará ainda mais os jovens para os braços do neoliberalismo. (CATINI, 2020) Fazendo coro à formulação de Fernandes (1995) na qual apontava que a neutralidade, mesmo nas pesquisas científicas, não é possível, temos como objetivo analisar a interpretação de um tipo de educação que rompeu com pensamento hegemônico e metafísico, tendo como princípio a construção de uma sociedade emancipada FERREIRA JR, 2015). Sendo assim, nos contrapondo a uma ideia de educação baseada no gerencialismo neoliberal e privatista, buscamos então apresentar um modelo que possa servir de inspiração para elaboração de uma educação voltada à construção do conhecimento e da emancipação humana.…”