Atividade residual de herbicidas nas culturas do milho e da soja

Abstract

Injúria na planta Persistência no solo Rotação de culturas KEYWORDS Carryover Crop rotation Herbicide Injury Soil persistence RESUMO: O uso de herbicidas com longa atividade residual no solo reduz o número de aplicações e o custo de produção, mas pode causar efeitos negativos às culturas sensíveis implantadas em sucessão. Dois experimentos em campo foram realizados para avaliar o efeito residual de herbicidas sobre as culturas do milho e da soja. Utilizou-se o delineamento em blocos ao acaso, com quatro repetições. Os tratamentos foram constituídos de quatro herbicidas: Atrazine, Flumioxazin, Metribuzin e mistura DHS (Diuron, Hexazinone e Sulfometuron-methyl), além do controle sem herbicida. A semeadura do milho e da soja ocorreu 120 dias após a aplicação dos herbicidas em pré-emergência das plantas daninhas. Realizou-se avaliações de índice SPAD (Soil Plant Analysis Development), matéria seca da parte aérea e produtividade para ambas as culturas. Para a cultura da soja determinouse também o número de grãos e vagem por planta e o peso de mil grãos. O residual de herbicidas no solo causou efeitos fitotóxicos às culturas do milho e da soja, diminuindo a intensidade da cor verde das folhas, a matéria seca da parte aérea e a produtividade. Não foi observado efeito residual de Atrazine e Metribuzin sobre o milho. A atividade residual da Mistura DHS no solo causa maior toxicidade para o milho e a soja, com efeito negativo em todas variáveis analisadas.

Uso de bioindicadoras vegetais para identificação de resíduos de herbicidas no solo

“…A escolha da espécie bioindicadora ideal é influenciada pela dinâmica ambiente-soloherbicida. Isso ocorre porque o clima pode influenciar o desenvolvimento da espécie e a sorção do composto no solo se diferencia principalmente em função do tamanho, solubilidade da molécula e características texturais do solo (Gonçalves et al, 2018;Patel, 2018). Assim, há a possibilidade de diversos arranjos, onde a espécie vegetal pode ou não ser considerada bioindicadora de um herbicida.…”

“…Geralmente, esses herbicidas ficam no solo por grande período de tempo, causando efeito residual que pode acarretar carryover. Carryover é o efeito Research, Society and Development, v. 9, n. 9, e999998123, 2020 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i9.8123 4 residual de herbicidas em culturas agrícolas sensíveis, causando danos e perdas em produtividade (Gonçalves et al, 2018).…”

“…O comportamento do herbicida no solo determina sua atividade residual, lixiviação e persistência (Gonçalves et al, 2018). Solos e moléculas com alta capacidade de adsorção de agrotóxicos diminuem a lixiviação, entretanto, resultam em maior persistência e efeito residual (Patel, 2018).…”

Carryover de herbicidas utilizados no controle de soqueiras do algodoeiro sobre o milho cultivado em sucessão

“…A persistência de um herbicida pode ser definida como a capacidade que ele tem para manter a integridade de sua molécula e suas características físicas, químicas e biocidas no ambiente através do qual ele é transportado e distribuído após a sua liberação (MARCHESAN et al 2016). Esta persistência depende de características físico-químicas da molécula, bem como de características inerentes ao solo, como a granulometria, o pH, a capacidade tampão, a mineralogia, o teor de matéria orgânica e a atividade microbiana, além das condições climáticas (GONÇALVES et al 2018).…”

“…Porém, alguns herbicidas podem persistir no solo por período suficiente para causar efeitos negativos no crescimento e desenvolvimento das culturas subsequentes, como por exemplo, o milho quando cultivado em sucessão ao algodão. O efeito tóxico causado pela persistência de herbicidas em cultivos em sucessão é conhecido como carryover, que se caracteriza pela redução do crescimento, da produtividade e da qualidade dos produtos colhidos, os quais já foram relatados em diversas culturas (ARTUZI & CONTIEIRO 2006, SOLTANI et al 2011, DAN et al 2012, GONÇALVES et al 2018, MATTE et al 2018, MATTE et al 2019.…”