Atendimento em Saúde à Pessoa com Deficiência e a Formação Inicial do Profissional de Saúde: o que Há rntre Nós?1

Abstract

RESUMO: O processo de formação do profissional de saúde tem se modificado na busca de educar profissionais com uma visão integral e que proponham mudanças na sociedade. Dentro desse contexto, a saúde da pessoa com deficiência merece destaque, tendo em vista que essas pessoas têm mais barreiras de acessos aos serviços prestados por esses profissionais, tais como dificuldade de comunicação, empatia do profissional, barreiras arquitetônicas, instrumentais, entre outras. Logo, este estudo objetiva analisar como duas universidades públicas discutem a saúde da pessoa com deficiência dentro do currículo do profissional de saúde. Para isso, analisaram-se projetos pedagógicos de oito cursos de Saúde. Concluiu-se que os projetos analisados não garantem uma formação integral no que tange à atenção à saúde da pessoa com deficiência.

A concepção de enfermeiros sobre deficiência e o cuidado integral do escolar com deficiência

“…Apesar de jovem, minha experiência no mundo acadêmico me dizia, e ainda diz, que o reconhecimento profissional pela criação da tecnologia educativa (serious game) seria maior se, claro, minha dedicação justificasse o mérito. Mas o fato é que há maior valorização de algumas ciências em detrimento de outras e o público com deficiência é escasso de visibilidade, sobretudo quando se trata de saúde (ASSUNÇÃO et al, 2020). Ainda que tenhamos excelentes pesquisadores da área, a saúde dessa população é delimitada por reabilitação e, infelizmente, políticas inclusivas dificilmente concretizam-se na prática (CASTRO et al, 2021).…”

“…apontou que os cursos de enfermagem não possuíam disciplinas ou discussões que fossem relacionadas à saúde da pessoa com deficiência(ASSUNÇÃO et al, 2020). Outro aspecto a ser considerado é a formação na área da saúde ainda possuir enquanto concepção de deficiência predominantemente o modelo médico e instaura de maneira estrutural e fossilizada o processo de medicalização nas relações(CONRAD, 2007).…”

“…(Virgínia, 36 anos, trabalha em Instituição especializada, considera que tem 100% concepção médica).OEm seu estudo, Assunção e colaboradores (2020) trazem a discussão sobre o ensino de forma transversal da pessoa com deficiência nos cursos da área da saúde, mas alertam a necessidade do cuidado sobre como o assunto será inserido e trabalhado nesses cursos, pois a simples inserção esporádica do tema nas disciplinas não garante a melhoria do atendimento em saúde para essa população, requerendo que a temática seja discutida no cotidiano do profissional que está se formando. Ou seja, ações pontuais de introdução da temática na formação podem não ser transformadoras das atitudes e concepções dos graduandos da área da saúde(ASSUNÇÃO et al, 2020). sobre autismo, sobre dislexia e tudo mais, só que é uma coisa que passa muito rápido, então não tem aquele enfoque, né?!…”