“…Consoante ao apresentado, Domínguez et al (2018) salienta que o uso de hormônios predomina em 91% da população trans entrevistada no estudo, no entanto, somente 6% recebem atendimento médico para o referido uso; já sobre a utilização de substâncias injetáveis, 70% dos entrevistados se submetem a algum procedimento estético, sendo o silicone fluído a substância mais empregada, seguida pelos óleos vegetais. Outros autores também discutem o excesso de autoadministração de hormônios pela população trans: a) Risco de adoecimento e até de morte pelo uso indiscriminado de hormônios e sem orientação médica adequada, motivada pelo desejo, sonho, necessidade e sobrevivência de modelar o corpo, mesmo sob riscos (Rocon et al, 2016;Castillo Muñoz & Cuadrado, 2020); b) Medo de assédio ou discriminação na procura de serviços de saúde, recorrendo a tratamentos hormonais ilegais pela internet, embora possa ter efeitos prejudiciais à sua saúde (García-Acosta et al, 2019); c) Compartilhamento na rede entre seus pares, tanto para a autoadministração de hormônios, quanto para a aplicação de silicone industrial (Monteiro & Brigeiro, 2019) e d) As principais fontes de acesso não-oficiais aos hormônios se configuram através de outras pessoas que também os usaram, sendo que homens trans também conseguem por meio de academias e fontes veterinárias, enquanto as mulheres trans e travestis pela internet (Carrara et al, 2019).…”