Objetivo: O objetivo desse trabalho foi avaliar a associação entre a ansiedade odontológica materna e o impacto no relato da QVRSB de seus filhos pré-escolares.
Métodos: Um estudo transversal foi conduzido com uma amostra de 150 crianças de 4 e 5 anos de idade residentes na cidade de Diamantina-MG. A ansiedade odontológica materna foi avaliada por meio da Escala de Ansiedade Odontológica (Dental Anxiety Scale - DAS) previamente à uma consulta de exame clínico para detecção de alterações bucais. As crianças também foram clinicamente avaliadas para verificar a presença de cárie dentária e traumatismo dentário. As avaliações clínicas foram conduzidas por examinadores treinados e calibrados para esses critérios. As mães responderam o Early Childhood Oral Health Impact Scale (ECOHIS) e preencheram um formulário com características sociodemográficas e econômicas. A análise de dados envolveu estatística descritiva e regressão de Poisson.
Resultados: Ansiedade odontológica moderada à alta foi encontrada em 12% (n = 18) das mães e mostrou-se associada a uma pior qualidade de vida de pré-escolares na análise não ajustada. A análise ajustada mostrou uma associação significativa da idade da criança aos 5 anos (RP = 4,45; IC = 2,38-8,30; p≤ 0,001) e da cárie dentária não tratada (RP = 2,77; IC = 1,64-4,65; p ≤ 0,001) com um impacto negativo na qualidade de vida das crianças. A ansiedade materna moderada à alta foi associada a um impacto negativo no relato de qualidade de vida de pré-escolares na análise não ajustada, mas perdeu a associação após o ajuste para outras variáveis.
Conclusão: Não foi encontrada associação entre a ansiedade odontológica materna e o relato de QVRSB de seus filhos.