Assistência e Enfermagem a Indivíduos em Morte Encefálica: Avaliação de Qualidade

Abstract

RESUMO Objetivo: Avaliar a qualidade dos cuidados de enfermagem prestados a indivíduos em morte encefálica de um hospital de ensino do Ceará, analisando as anotações, as prescrições e os procedimentos de enfermagem, diante do referencial de padrão de positividade de qualidade. Material e Métodos: Tratou-se de um estudo avaliativo e documental com abordagem quantitativa em que foram analisados 23 prontuários de indivíduos em morte encefálica através de um instrumento adaptado da Assessoria de Controle da Qualidade da Assistência de Enfermagem de um hospital universitário do Paraná, e que, através do padrão de positividade, pôde-se delinear o perfil de preenchimento dos registros de enfermagem da unidade de terapia intensiva em estudo. Resultados: Diante do instrumento utilizado, pôde-se identificar que 61% dos indivíduos em ME eram do sexo masculino com predominância de causa base o trauma crânio-encefálico (56,5%) e, quando em análise, os registros preenchidos, pôde-se verificar que, em 27,93% destes, havia ausência de preenchimento, valor superior ao que era considerado limítrofe para bons resultados (5%), bem como o valor de preenchimento incompleto que alcançou 20,65%, sendo que o esperado seria até 15%. Conclusão: Identificouse que o quesito não preenchido/ausente esteve superior ao padrão de positividade desejado, situação que atinge a continuidade do cuidado prestado e o respaldo legal da assistência ofertada. DESCRITORESAvaliação em Saúde. Registros de Enfermagem. Morte Encefálica. ABSTRACT Objective:To evaluate the quality of nursing care provided to individuals with brain death admitted to a teaching hospital in the State of Ceará, Brazil. Nursing notes, prescriptions, and procedures were analyzed in face of the referential standard for quality positivity. Material and Methods: This was an evaluative and documentary study with a quantitative approach. A total of 23 medical records from individuals with brain death were analyzed through an instrument adapted from the Nursing Assistance Quality Control Office from an University Hospital in Paraná State. Based on positivity pattern, it was possible to determine the filling profile of the nursing records of the intensive care unit under study. Results: The majority of the individuals with brain death were males (61%), with a predominance of cranio-encephalic trauma (56.5%) as the underlying cause. Of these, 27.93% of the records showed no filling, a value higher than what was considered borderline for good results (5%), or incomplete filling (20.65% -where the expected value should be up to 15%). Conclusion: We identified that the unfilled/ missing issue was higher than the desired positivity standard, a situation that affects the continuity of the care provided and the legal support of the assistance. DESCRIPTORSHealth Evaluation. Nursing Records. Brain Death.http://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/rbcs

Percepções do enfermeiro intensivista frente í morte encefálica e í doação de órgãos

“…A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é uma ferramenta utilizada pelo enfermeiro na gerência do cuidado. Ao sistematizar a assistência, o enfermeiro educa e capacita à equipe, evidenciando que ao prestar cuidados adequados garante-se, condições clínicas para que o indivíduo em ME possa passar de um potencial doador a um efetivo doador de órgãos, e ajudar outras pessoas que necessitam desses órgãos para sobreviver ou melhorar sua qualidade de vida [7,24].…”

Qualificação Do(a) Enfermeiro(a) Que Participa Do Processo De Doação De Órgãos Na Morte Encefálica

“…[1][2][3] Entende-se que o processo de doação é complexo 4 e se define como um conjunto de ações e procedimentos que visam a transformar um potencial doador de órgãos em um doador efetivo. [4][5][6][7][8][9][10][11][12][13][14][15][16] Devido a isso, foi criada a CIHDOTT (Comissão Intra-Hospitalar para a Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes) que é composta por equipes multiprofissionais que desempenham um papel importante na obtenção de órgãos, pois, estão alocadas dentro das unidades hospitalares 6, realizam a busca ativa por potenciais doadores, educação e conscientização social sobre doação de órgãos. [6][7] Destacando que somente o médico e o(a) enfermeiro(a) podem assumir o papel de coordenador.…”

“…[6][7] Independente do papel de O(a) enfermeiro(a), ao demonstrar domínio e habilidade no desenvolvimento do seu trabalho, assume uma posição de líder frente ao processo, tornando-se um elemento facilitador no processo de doação de órgãos e transplantes. [4][5][6][7][8][9][10][11][12][13][14][15][16] Ao considerar a complexidade que permeia todo o processo de doação e transplantes de órgãos, o(a) enfermeiro(a) não só entende, mas, se sensibiliza com as pessoas envolvidas em tal processo. 8 Assim o(a) enfermeiro(a) se preocupa e se relaciona com todos os envolvidos no processo de doação, em especial, com a família.…”

“…Entende-se que o profissional enfermeiro(a) compreende e respeita a autonomia das famílias, e por isso tende a tornar essa experiência positiva, tanto para a equipe multidisciplinar como para os familiares. 5,8. A atuação do(a) enfermeiro(a) é presente em todas as etapas do processo de doação de órgãos [4][5][6][7][8][9][10][11][12][13][14][15][16] emocional para lidar com a situação. [9][10][11] Os(as) enfermeiros(as) reconhecem que a educação é uma das principais estratégias para a organização do cuidado.…”