Assistência de enfermagem no tratamento de queimaduras: uma revisão integrativa

Abstract

O objetivo deste trabalho foi analisar a assistência de enfermagem no tratamento de queimaduras. Trata-se de uma revisão integrativa onde foram utilizados 6 artigos encontrados nas bases de dados da LILACS e SciELO, através dos descritores: “Queimaduras”, “Assistência de enfermagem” e “Unidade de Queimados”. Estabeleceu-se como critérios de inclusão: artigos científicos que contemplassem a temática, publicados no idioma português, no período de 2010 a 2014. Os estudos destacaram que a equipe de enfermagem deve encorajar o doente a expressar seus sentimentos e prepará-lo para os procedimentos de cuidados, além de elencar prioridades de ações e acompanhar os exames com periodicidade. Conclui-se que as queimaduras representam um importante agente causador de danos que não só ameaçam a vida, mas que representam aos sobreviventes estigmas funcionais e estéticos importantes. Assim, destaca-se o papel primordial da enfermagem, que é elemento base e indispensável no processo de gerenciamento da dor aguda relacionada às queimaduras.

Atendimento humanizado à vítima de queimadura

“…Para uma boa assistência, os cuidados precisam ser prestados em até 24 horas de serviço, a fim de amenizar as dores físicas, emocionais e ajudar na redução de possíveis cicatrizes. É importante encorajar o doente e a família a expressarem seus sentimentos, fomentando uma relação de confiança, também, devese preparar o paciente para o que ele poderá ver, descrevendo os procedimentos tranquilamente, sem o uso de termos técnicos, visando uma amortização do choque (CORDEIRO et al, 2018).…”

“…Assim, tem-se como cuidados iniciais: afastamento da vítima da fonte de calor, depois, imediato resfriamento da pele com água corrente proveniente de torneira ou ducha, não passando de 20 minutos por causa do risco de hipotermia, retirada da roupa, caso não esteja não aderida à pele, escovação da pele no caso de queimaduras por pó químico, lavagem com abundância da área e tratamento das lesões associadas. Também deve-se realizar avaliação Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 6, n. 6, p. 31094-31108, nov./dec., 2023 neurológica, observar existência de obstruções em vias aéreas superiores; presença de movimentos ventilatórios e das trocas gasosas e possíveis focos hemorrágicos, o que requer reposição volêmica (CORDEIRO et al, 2018;CUNHA;CUNHA, 2017).…”

“…O trabalho desenvolvido em uma Unidade de Tratamento de Queimados é permeado por dificuldades. Cordeiro et al (2018) elencam o despreparo; o receio de não conseguir tocar no paciente; a subestimação da dor em função da reação apresentada; as questões psicológicas envolvidas tanto na assistência de enfermagem quanto às apresentadas pelas vítimas, dentre outras. Essas questões fazem com que o profissional de enfermagem que participa do tratamento, seja completamente competente, na opinião de Santos, Araújo e Brandão ( 2018), e partilhada por Cunha, Ferreira e Cunha (2017) quando inferem que o banho e a troca do curativo do paciente queimado exigem profissionais qualificados e humanizados, devido a dor.…”

“…Isto posto, é importante ressaltar que Cordeiro et al (2018) destacou principalmente a relevância associada ao manejo da dor dos pacientes, enquanto Ismael (2019), evidenciou a enfermagem como imprescindível para a resolubilidade dos problemas dos pacientes, já Macedo e Silva (2020) abordaram o valor dos enfermeiros na implementação, programação e atualização de planos emergenciais de cuidados. Dutra (2019), abordou em seu estudo a importância da autonomia dos enfermeiros para a prestação da assistência aos pacientes vítimas de queimaduras.…”

“…A localização das lesões também é um indicativo importante a ser considerado no cuidado prestado ao paciente, pois as queimaduras da face, pescoço e mãos devem receber maior atenção para reduzir o prejuízo estético e funcional. Neste cenário de sofrimento físico e psíquico, é necessário que o enfermeiro saiba preparar o paciente para o que ele poderá ver, quando for ser realizado algum cuidado ou procedimento nele e, se possível descrever de uma forma tranquila, sem usar terminologias técnicas, a fim de amortizar o choque (CORDEIRO et al, 2018). Pan et al (2018) ressaltam que o atendimento adequado da fase aguda é um fator determinante para reduzir a mortalidade e as sequelas funcionais, estéticas ou psicológicas naqueles pacientes que necessitam de internação.…”