“Aspectos ecotoxicológicos do corante sintético índigo blue e índigo natural por meio de biomarcadores histopatológicos do tecido nervoso de Danio rerio antes e após recuperação biológica”

Abstract

Na atual sociedade, observa-se a exacerbada poluição dos ambientes aquáticos provenientes de produtos químicos que ameaçam a biota e o equilíbrio desse meio. Nesse contexto, destacam-se os setores têxtil e alimentício, que por meio de seus efluentes líquidos, lançam corantes, dentre outros agentes poluidores de alto grau de complexidade química, de difícil degradação e elevado potencial de interagir com os sistemas biológicos. Dentre os corantes, destaca-se o índigo blue na fabricação de jeans amplamente utilizado no mundo. Nesse sentido, foi objetivo do presente estudo avaliar o potencial ecotoxicológico dos corantes índigo blue sintético e natural, na concentração de 100 mg. L -1 por meio da exposição crônica (21 dias) do organismo-teste Danio rerio, seguindo-se a análise do biomarcador histológico, tecido nervoso. Após período de exposição, uma porcentagem dos organismos-teste expostos aos corantes permanece por mais 21 dias em água de cultivo a fim de avaliar-se a recuperação biológica, analisando-se o mesmo biomarcador acima citado. Foram observadas múltiplas alterações em ambas as situações experimentais, sendo que as mais frequentes consistiram na degeneração do tecido nervoso, vacuolizações e células picnóticas, evidências de morte celular precoce, comprovando a ecotoxicidade desses corantes em meio aquático. Destaca-se ainda que em experimentos de recuperação biológica de 21 dias, não houve reversão das lesões desencadeadas no tecido nervoso, pela exposição aos corantes índigo blue sintético e índigo blue natural, indicando a irreversibilidade dos efeitos, no tempo estudado.