“…A dualidade que se tornou mais relevante para a pesquisa é a que o próprio Shakespeare parece deixar em evidência entre o criador e a criatura. Sob este ponto de vista, a Tempestade é a representação das perturbações anímicas como proposto porSantana (2006), porém, muitos são os autores que identificam a personagem de Próspero como um alterego de Shakespeare e nesta linha o ato da personagem quebrar o seu cajado e acabar com seus poderes mágicos teria uma relação direta com o fato de o dramaturgo estar deixando a profissão na qual tinha o poder de encantar a platéia, já que o texto é considerado a última peça de Shakespeare. O pouco que se sabe da vida de Shakespeare é que ele era um homem do interior, filho de um comerciante, o que significa que apesar de não ser um joão-ninguém, como o chamou seu conterrâneo e também dramaturgo Ben Jonson, ele tampouco era um homem da nobreza.…”