A atividade docente é objeto de observações e opiniões de diferentes setores da sociedade e sobre ela pesam as mais diversas expectativas. Lacunas, porém, deixadas na formação inicial podem levar educadoras e educadores a repetirem em sua prática atitudes que muito pouco estimulam a participação e o envolvimento de educandas e educandos com as aulas, podendo levar a uma frustração. O presente trabalho reflete minhas próprias inquietações sobre a rotina em sala de aula e meu desejo de partilhá-las com colegas bem como de partilhar também de suas próprias inquietações. As mudanças na sociedade pouco refletiram nas práticas docentes e o trabalho mostra que as participantes percebem a distância entre o que se ensina e o que desperta interesse em educandas e educandos. Percebendo que o ensino praticado em sala de aula já não atende às necessidades de educandas (os) e da própria sociedade, esse trabalho buscou fazer uma pesquisa com um grupo de educadores de Ciências e Biologia das redes pública e particular da cidade de Araguari/MG, sobre quais fatores dificultam o desenvolvimento em suas aulas de outras estratégias de ensino. O trabalho foi realizado com encontros do tipo roda de conversa e utilizando questionários. O estudo das obras de Paulo Freire está presente ao longo do texto e, de certa forma, ditou os rumos deste trabalho. Tema central do trabalho, o tradicionalismo é visto pelas participantes como algo que se deve evitar mas que, devido às dificuldades da rotina docente, é prática muito comum entre educadoras (es). A mudança da prática docente requer, além de uma decisão deliberada de educadoras e educadores, melhorias nas condições de trabalho que incluem a redução no número de alunos e a melhor participação das famílias na vida escolar de educandos e educandas. Entendemos que as dificuldades trazidas pelas participantes não as impedem de ousar em suas aulas e que a busca por qualidade de trabalho é constante entre elas. O produto educacional apresenta sugestões de práticas em sala de aula para inspirar professores a diversificarem suas ações.Palavras-chave: Paulo Freire, ensino tradicional, estratégias de ensino