▪ Artigo recebido em: 15/03/2017 ▪▪ Artigo aceito em: 22/06/2018 ▪▪▪ Segunda versão aceita em: 29/07/2018 RESUMO Considerando que as empresas se dedicam cada dia mais a atividades envolvendo o desenvolvimento de produtos e serviços novos e melhorados, os gastos nessas atividades podem ser vistos como um investimento com potenciais benefícios econômicos futuros. Até 2008 a recomendação era contabilizar todos os gastos com P&D no ativo diferido, não havendo orientações específicas sobre o tratamento distinto dos gastos incorridos na fase de pesquisa com aqueles da fase de desenvolvimento. Assim, o objetivo deste trabalho é verificar o efeito do reconhecimento dos gastos com P&D sobre a qualidade da informação contábil de companhias abertas brasileiras, que foram classificadas como sendo de média-alta e alta tecnologia entre 2008 e 2015. Por meio da análise de dados em painel, a qualidade da informação contábil foi testada pelo value relevance e pela persistência. Os resultados apontam que pelo método de value relevance, tanto o gasto reconhecido como despesa quanto o gasto reconhecido como ativo são uteis aos investidores. Dessa forma, o P&D pode ser uma informação presente que possui informação sobre a geração de benefícios econômicos no futuro. Os resultados também apontam que apenas o gasto reconhecido como despesa demonstrou ser persistente ao longo do tempo, indicando que, possivelmente, nem todos os projetos das empresas da amostra são capazes de gerar benefícios econômicos futuros, mesmo ocorrendo investimentos frequentes na pesquisa e desenvolvimento de produtos.
Palavras-chave:Qualidade da Informação, value relevance, persistência, P&D.