As interações entre os atores da pós-graduação stricto sensu em Administração: uma análise do indivíduo e da coletividade

Abstract

Neste artigo objetivou-se compreender como se relacionam os professores dos programas de stricto sensu em Administração entre si e com os outros atores deste nível de ensino. Realizou-se um estudo de caso múltiplo por meio de entrevistas com os professores e análise documental dos currículos lattes. Verificou-se que os problemas de comunicação, a falta de articulação, a restrição de tempo, a concentração do conhecimento e a independência do pesquisador dificultam a interação entre os professores de um mesmo programa. Evidenciou-se, ainda, que as atividades de interação existentes entre os professores raramente contemplam questões de ensino. Identificou-se, ainda, os órgãos como o CNPq, as Fundações Estaduais de Fomento a Pesquisa e a CAPES como entidades que participam do campo em análise. Destacam-se ainda os padrões de conduta estimulados pelo sistema de avaliação da CAPES, por meio do estabelecimento da métrica de pontos para a publicação.

As Múltiplas Representações No Cotidiano: Os Papéis Do Docente De Pós-Graduação Stricto Sensu Em Administração No Brasil

“…Nesse sentido, tais elementos possibilitam refletir sobre como a ação docente contribui para o desenvolvimento da área, principalmente no que se refere às novas dinâmicas de trabalho na pós-graduação oriundas das exigências das universidades, dos órgãos reguladores e das agências de pesquisa. Assim, tais exigências perpassam não apenas a necessidade de lecionar em sala de aula e desenvolver pesquisas, mas por meio das métricas e dos índices de qualidade com base na estratificação, os docentes são avaliados pelo impacto científico e social de sua produção científica, o que é central para o funcionamento de um programa de pós-graduação stricto sensu e a permanência de seu quadro docente (Villar, 2018;Correa & Lourenço). Além disso, a competitividade e a pressão por publicações impactam diretamente no pleito realizado pelo docente frente aos órgãos de fomento à pesquisa.…”