“…Desde o descobrimento da gestação, o casal já começa a criar seu filho imaginário: perfeito e saudável, atribuindo características próprias (Marchetti & Moreira, 2015;Martins & Silva, 2020;Lebovici, 1983/1987citado em Cabral & Levandowski, 2011. O momento do nascimento é um marco importante, pois os pais se deparam com o bebê real, que é diferente do imaginado (Berlinck, 2014;Fleck, 2011;Marciano, Evangelista & Amaral, 2019). Quando a chegada é prematura ou diferente do planejado, esse momento pode ser traumático, tanto para os pais, quanto para a criança (Gomes, 2004) e intensificar o confronte entre o bebê imaginário e o bebê real� Quando o bebê necessita de maiores cuidados como auxílio respiratório, sonda, monitoração contínua de batimentos cardíacos, saturação e temperatura, entre outros, é encaminhado a uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal� Trata-se de um espaço destinado a atendimentos intensivos, que é carregado de contradições quando se relaciona ao início da vida e o risco de morte� O desenvolvimento que deveria se dar de forma intrauterina, agora já está fora dele� A vida e o desenvolvimento passam a depender de máquinas, medicamentos e profissionais que exercem assistência ao prematuro (Iungano, 2009).…”