As atuações e contribuições institucionais de artistas e intelectuais no campo das artes visuais durante o período da redemocratização brasileira (1974-1989)

Um olhar sobre o ensino das artes na FAAP nas décadas de 1960 e 1970

“…Essa demanda ampliada acompanhou os diversos setores mercadológicos que, à época, se expandiam na cidade, responsáveis pela contingência de formação para projetos de ascensão social (SAMPAIO, 2011). Também foi considerado o crescimento gradual do papel do artista nas universidades a partir dos anos 1970 (RESENDE, 1975), momento em que muitos artistas e intelectuais contribuíram para a criação de espaços experimentais e institucionais (JORDÃO, 2018).…”

“…24). A imagem cria uma distinção do que conhecemos no período sobre alunos e professores mais vinculados a um debate experimental ou em busca de um campo de atuação artístico(JORDÃO, 2018). Isso pode significar a maneira como a gestão da Fundação transmitia sua imagem institucional, trazendo o aluno de volta aos ambientes internos, como das oficinas, em meio ao que se produzia no seu curso de artes.…”

“…Nos cursos infantis, por exemplo, estimulava-se a criatividade e a expressividade como características das estruturas educacionais, em um sentido moderno de manifestação artística e pedagógica(IAVELBERG, 2015). Debates que, naquele momento, eram levantados como nos textos críticos de Mário Pedrosa sobre as relações do ensino com a produção artística, conforme destacaArantes (2004, p. 16): "o artista deve buscar na força expressiva da forma a possibilidade de reeducação da sensibilidade do homem, de modo a fazê-lo 'transcender a visão convencional', obrigando-o a enxergar o mundo com outros olhos e, assim, a 'recondicionar-lhe o destino'".Essas metodologias também podem ser compreendidas por interferências da área da Psicologia, quando os artistas se ausentavam das universidades(BARBOSA, 1975, p. 15), abrindo margem para que outras áreas criassem seus sentidos e processos pedagógicos.Nos anos 1970 são percebidas maiores mudanças a partir do aumento das discussões sobre arte dentro da universidade(BARBOSA, 1975, p. 17;RESENDE, 1975), sendo mais difundido o debate sobre os campos de atuação e profissionalização do meio artístico, a partir de trabalhos entre artistas e intelectuais, também em diálogo com as instituições de arte e a influência econômica do mercado de arte(JORDÃO, 2018). Os cursos infantis eram orientados por Hebe de Carvalho e Fernanda Milani; os cursos para adolescentes, por Eduardo Sued e José Gamarra, conforme publicado em Arte ajuda a formação profissional de jovens, no jornal Diário de São Paulo, em 18 de fevereiro de 1962.…”