Antes de mais nada, gostaria de agradecer pela carta ao editor relativa ao estudo prospectivo "Multilevel Anterior Lumbar Interbody Fusion Combined with Posterior Stabilization in Lumbar Disc Disease -Prospective Analysis of Clinical and Functional Outcomes." 1 Um dos pontos apresentados na carta, em que são sobretudo citados artigos relativos a escolioses e não a discoartropatias degenerativas, são o risco de manipulação da coluna poder estar associados a complicações. 2,3 Concordamos e está claramente documentado que a manipulação da coluna, sobretudo na correção de deformidades com curvaturas muito acentuadas, pode estar associada à perda de potenciais no intraoperatório e a risco de lesão medular. No entanto, o nosso trabalho refere-se a discoartropatias degenerativas sem escolioses relevantes, não se verificando manipulação relevante da coluna, sem ser a elevação dos espaços discais ao aplicar as caixas intersomáticas lordóticas. 1 Face aos resultados clínicos e imagiológicos obtidos na nossa amostra de artrodese intersomática anterior lombar uni e multinível e à mínima incidência de complicações obtida, verificamos que, mesmo na presença significativa de fatores de risco de não união e cirurgias prévias da coluna lombar, esta opção garante excelentes resultados clínicos, funcionais e radiográficos na discoartropatia degenerativa. 1 Tal como referido no artigo original, em termos de morbidade, ao contrário das vias posteriores, que implicam disseção extensa dos músculos paravertebrais, e da via lateral, que implica atravessar o psoas, a via anterior da coluna lombar não interfere com qualquer músculo da coluna vertebral e não inclui desinserções musculares. Assim, é uma via em teoria menos sangrativa, o que pode permitir uma recuperação mais rápida em termos álgicos (com menor necessidade de analgésicos) e funcionais no pós-operatório (com menor tempo de internamento) e uma coluna vertebral precocemente mais estável por não interferir com a musculatura estabilizadora. Além disso, a via anterior também não implica remoção de elementos posteriores da coluna vertebral, nem entrada no canal medular ou manipulação de raízes raquidianas para acesso ao espaço discal, diminuindo assim o risco de lesão iatrogênica e de complicações nessas importantes estruturas em comparação com as vias posteriores. [4][5][6][7][8] Consideramos ainda que, se respeitarmos a técnica cirúrgica de artrodese intersomática anterior lombar descrita no artigo original e se a mesma for efetuada por um cirurgião recebido 27 de Outubro de 2019 aceito 30 de Outubro de 2019