DOI: 10.11606/d.59.2013.tde-26092013-110842
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Argumentação, livro didático e discurso jornalístico: vozes que se cruzam na disputa pelo dizer e silenciar

Abstract: Este trabalho buscou analisar, ancorado na Análise de Discurso de filiação francesa, a qual tem em Michel Pêcheux seu autor de referência, quais as posições discursivas ocupadas por sujeitosalunos do último ano do Ensino Médio quando lhes é solicitada a produção de um texto dissertativo-argumentativo. Isso porque, na perspectiva discursiva o ato de argumentar constitui-se como uma posição discursiva que o sujeito pode ou não ocupar. Investigamos, assim, quais as implicações, para esses sujeitos-alunos, do modo… Show more

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“…Contudo, em sua pesquisa de mestrado, Lemes (2013) verificou que há uma ausência de seções destinadas ao ensino de textos argumentativos nos livros didáticos do Ensino Fundamental. De acordo com a pesquisadora, o trabalho com argumentação fica delegado aos últimos anos escolares devido à ideia de que apenas depois de dominar completamente a língua escrita é que o sujeito seria capaz de escrever argumentativamente, o que, "na verdade pode configurar como uma subestimação da capacidade dos alunos de lidarem com um saber mais elaborado" (idem, p. 14) ou como afirma Pfeiffer (2002, p. 12), que o sujeito-escolar ocupa, na maioria das vezes, o lugar de eterno aprendiz da língua, que "se conforma nas condições de produção de uma sociedade moderna" e por isso não é capaz de argumentar.…”
Section: Introductionunclassified
“…Contudo, em sua pesquisa de mestrado, Lemes (2013) verificou que há uma ausência de seções destinadas ao ensino de textos argumentativos nos livros didáticos do Ensino Fundamental. De acordo com a pesquisadora, o trabalho com argumentação fica delegado aos últimos anos escolares devido à ideia de que apenas depois de dominar completamente a língua escrita é que o sujeito seria capaz de escrever argumentativamente, o que, "na verdade pode configurar como uma subestimação da capacidade dos alunos de lidarem com um saber mais elaborado" (idem, p. 14) ou como afirma Pfeiffer (2002, p. 12), que o sujeito-escolar ocupa, na maioria das vezes, o lugar de eterno aprendiz da língua, que "se conforma nas condições de produção de uma sociedade moderna" e por isso não é capaz de argumentar.…”
Section: Introductionunclassified
“…Para tratar de tal questão, faz-se importante trazermos as pesquisas desenvolvidas por Pacífico (2002), Lemes (2013) e Tfouni (1995Tfouni ( /2006. Pacífico (2002) e Lemes (2013) analisam a produção de textos dissertativo-argumentativos, sendo que a primeira se dedica à análise de textos de alunos do Ensino Superior e a segunda à de alunos do Ensino Médio.…”
Section: Argumentação Autoria E Interpretação: Sobre O Direito De Pounclassified
“…Da mesma maneira, tendo suas práticas limitadas apenas aos sentidos do discurso do sujeito-professor, apoiado, principalmente, no livro didático (PACÍFICO, 2002), e pensando a escrita como uma prática desvinculada da oralidade, a escola se mostra como um espaço discursivo em que, tradicionalmente, vigora o discurso autoritário (ORLANDI, 1996a), controlando a polissemia, valorizando a cópia e não permitindo que os alunos pratiquem a autoria na escrita ao longo do Ensino Fundamental; logo, quem copia não disputa um sentido e, assim, não há argumentação. Apesar disso, no último ano do Ensino Médio, como a pesquisa de Lemes (2013) aponta, os alunos são cobrados a produzirem um texto dissertativoargumentativo, o que a mesma autora demonstra que não se efetiva. Embora esse lugar não seja ocupado pelos alunos no Ensino Médio, a universidade lhes cobra, principalmente, a produção de textos argumentativos -não somente no ingresso a tal instituição, por meio da proposta do vestibular, mas, sobretudo, no decorrer dos estudos que uma graduação envolve, sendo a escrita do texto dissertativo-argumentativo exigida na metodologia de projetos, resenhas, relatórios, provas, iniciações científicas, etc.…”
Section: Argumentação Autoria E Interpretação: Sobre O Direito De Pounclassified
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“…Em pesquisa realizada com alunos do ensino médio de uma escola pública localizada em Ribeirão Preto/SP, Lemes (2013) conclui que: [...] embora seja tida como o lugar designado para a circulação dos conhecimentos teóricos -incluindo o da argumentação -e do discurso polêmico, a escola não tem promovido a propagação desse saber e nem mesmo vem cumprindo seu papel de instaurar discussões e reflexões sobre as diversas temáticas. Ao contrário, nossas análises nos permitem afirmar que a escola tem trabalhado com o discurso autoritário (ORLANDI, 2003), no qual o sujeito-aluno tem limitada (ou praticamente anulada) a possibilidade de discordar e de argumentar a respeito do objeto de estudo (LEMES, 2013, p. 109-110).…”
Section: Felicidade Clandestina Clarice Lispectorunclassified