Aquisição de intraverbais em crianças com autismo: efeitos do pareamento de estímulos e respostas ecoicas

Abstract

Resumo O ensino de intraverbais para indivíduos com autismo tem sido realizado, principalmente, através de procedimentos que envolvem reforçamento diferencial. Recentemente, o procedimento de observação de pareamento de estímulos (SPOP) surgiu enquanto alternativa para verificar a emergência de repertórios verbais. O SPOP implica o pareamento de estímulos sem exigir outra resposta que a observação do pareamento. O ecoico tem sido apontado como facilitador na emergência de operantes verbais. O presente estudo comparou, com um delineamento de sondas múltiplas concorrentes com tratamento alternado adaptado, a eficácia do SPOP com um procedimento de apresentação contígua de estímulos com requisição de resposta ecoica na emergência de intraverbais em três crianças com autismo. Observou-se a eficácia do SPOP na indução de intraverbais e verificou-se o papel facilitador do ecoico. Discutem-se possíveis efeitos de interferência dos tratamentos, da extinção de respostas no contexto experimental e da utilização de reforçadores condicionados como parte do SPOP.

Estratégias comportamentais usadas por fonoaudiólogos(as) para ensino de comportamento verbal a indivíduos diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista

“…É possível ensinar repertórios variados a indivíduos no TEA através do treino de tentativa discreta, por exemplo repertório verbal (Costa & Souza, 2020;Gomes et al, 2015;Guerra & Almeida-Verdu, 2020), habilidades de autocuidado (Guimarães, 2020) e brincar (Klukiewcz, 2007;Rubim & Matos, 2020). Além disso, profissionais de diversas áreas, professores, pais e cuidadores podem ser treinados a implementar tentativas discretas em ambiente variados, já que é uma estratégia estruturada, planejada e com um formato pré-estabelecido, o que provavelmente facilita o processo de ensino, principalmente por iniciantes (Barbosa & Barros, 2015;Guimarães et al, 2021;Matsunaka, 2022).…”

Possibilidades da Análise Funcional do Comportamento Verbal para a Prática Clínica

“…Apesar da utilização da análise do comportamento verbal para intervenções com sujeitos com desenvolvimento atípico (p. ex. Costa & Souza, 2020;Guerra et al, 2019;Souza & Calandrini, 2022), há pouca literatura acerca das implicações dessa análise para a clínica com sujeitos verbalmente competentes. Isso é uma contradição, dado que a relação terapêutica é, principalmente, uma interação verbal (Hamilton, 1988;Marangoni & Ferreira, 2018;Medeiros, 2002b;2013;Medeiros & Medeiros, 2011;Medeiros & Medeiros, 2018;Meyer et al, 2008;Santos et al, 2012;Virues-Ortega & Froján-Parga, 2015).…”

Uma Revisão Sistemática de Estudos Experimentais sobre Nomeação Bidirecional

“…Essa taxonomia proposta por Hawkins et al (2018) evidencia que a definição original de Nomeação é bastante abrangente, englobando uma série de repertórios comportamentais diferentes, mas relacionados. Os autores apontaram, também, diferentes procedimentos que comumente têm sido utilizados com o objetivo de induzir os subtipos de BiN como: ensino de tato; ensino de ouvinte; ensino por múltiplos exemplares (MEI -do inglês multiple exemplar instruction), procedimento que consiste no ensino, de maneira consecutiva e randomizada, de diferentes operantes a um mesmo estímulo (LaFrance & Tarbox, 2020); e o procedimento de observação de pareamento de estímulos (SPOP -do inglês stimulus pairing observation procedure), que envolve a exposição a pares de estímulos apresentados de forma contígua, sem que haja qualquer contingência de reforçamento (Costa & Souza, 2020).…”