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AGRADECIMENTOSA Deus e a Jesus, pela luz, pela força e por todas as bênçãos.À professora Dra. Raquel Salek Fiad, por aceitar o desafio de me orientar, pela confiança incondicional em meu trabalho, pela imensurável colaboração e por ser um exemplo como profissional e ser humano. Aos professores Dra. Terezinha de Jesus Machado Maher e Dr. Nelson Viana, pelas valiosas contribuições feitas no exame de qualificação e por todo incentivo que me deram. À diretora Maria Thereza Costa, que recebeu o projeto de braços abertos em sua escola, tornando possível a realização deste estudo. Aos professores Dra. Denise Bértoli Braga, Dra. Linda El Dash, Dra. Zilda Zapparoli Castro Melo e Dr. Doo Bin Im, que, direta ou indiretamente, enriqueceram o conteúdo deste trabalho. Ao senhor Chul Un Kim, por gentilmente conceder entrevistas tão interessantes. À Suzy Choi sonsennim, que dividiu comigo sua paixão pela Língua Coreana. Às queridas Daisy, Aline e dona Rose, pela amizade nos momentos difíceis. Ao Yuji, por todo carinho.Aos professores e coordenadores da escola, por generosamente compartilharem suas experiências comigo.Aos meus queridos alunos coreanos, por tudo que me ensinaram.Aos familiares e amigos, pelo apoio constante.Aos funcionários do IEL-UNICAMP, especialmente Cláudio Platero, pelas incontáveis gentilezas.
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RESUMONeste trabalho, apresentamos o processo de alfabetizar letrando (v. SOARES, 2006) um grupo de crianças coreanas (entre 7 e 10 anos) que frequentaram aulas de apoio de Língua Portuguesa (doravante LP) oferecidas por uma escola bilíngue português-coreano. Antes mesmo do início do ano letivo de 2007, conscientes do desafio que representaria a aquisição da escrita latina para seus filhos, os pais recorreram a aulas particulares. Essas aulas eram baseadas no uso do tradicional "método da cartilha" combinado aos ditados como forma de avaliação, acarretando uma série de "efeitos colaterais"muitos dos quais já explorados pela vasta literatura sobre alfabetização em língua materna. Dentre eles, destacamos a condição de "alunos copiadores": a escrita em LP era concebida pelos alunos como um sem-fim de cópias, cuja finalidade parecia consistir na prática mecânica que, com alguma sorte, resultaria em algum aprendizado. Destarte, quando iniciamos as aulas de apoio de LP, deparamo-nos com crianças prostradas e com medo de escrever. Todos esses fatores somados à lenta evolução de suas habilidades básicas de comunicação interpessoalem razão das limitadas fontes de insumo compreendido e interação negociada -, bem como à dificuldade de compreender o conteúdo abstrato das disciplinas escolares decorrente da barreira linguística, acentuavam cada vez mais a baixa autoestima dos alunos. Visamos modificar esse quadro através de um longo processo "terapêutico", propiciando condições necessárias para que as crianças estabelecessem uma relação legítima com a escrita em LP, transformando-as em sujeitos que refletissem e atuassem sobre o objeto linguístico e atribuíssem uma função social à leitura/escrita. Para abarcar toda a complex...