2015
DOI: 10.22456/2594-8962.55180
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Apraxia e silenciar: formas resistência-revolta por meio de uma subtração subjetiva

Abstract: A língua não somente categoriza o mundo como nos obriga a dizer algo acerca desse mundo. Não é para menos que, já na Grécia Antiga, os pirrônicos encontravam-se em difi culdades em seu discurso: uma vez que postulavam a (momentânea) suspensão do juízo como postura fi losófi ca, como não predicar ao falar? Segundo Montaigne, para evitar a armadilha de recorrer constantemente à modalizações no estilo “afirmo que não afirmo”, os pirrônicos teriam de se valer de uma linguagem outra, uma imaginária língua, negativa… Show more

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“…Dinouart, segundo Beck (2013), diz que "o silêncio é dotado de potência para afetar os outros sujeitos, afetar a relação (de forças) entre os sujeitos de modo a acarretar efeitos políticos" (p.76). Courtine & Haroche (2001), os quais escreveram a apresentação da obra do Abade Dinouart, salientam que o autor não fala sobre uma arte de fazer silêncio, mas, sim, "de uma arte de fazer alguma coisa ao outro pelo silêncio" (p.VIIII), daí decorrem os efeitos políticos do silenciar, conforme comentado por Beck (2013).…”
Section: Fundamentação Teóricaunclassified
“…Dinouart, segundo Beck (2013), diz que "o silêncio é dotado de potência para afetar os outros sujeitos, afetar a relação (de forças) entre os sujeitos de modo a acarretar efeitos políticos" (p.76). Courtine & Haroche (2001), os quais escreveram a apresentação da obra do Abade Dinouart, salientam que o autor não fala sobre uma arte de fazer silêncio, mas, sim, "de uma arte de fazer alguma coisa ao outro pelo silêncio" (p.VIIII), daí decorrem os efeitos políticos do silenciar, conforme comentado por Beck (2013).…”
Section: Fundamentação Teóricaunclassified
“…Dinouart não define o silêncio como um vazio de sentidos, como um negativo da linguagem verbal. O silêncio é dotado de potência para afetar os outros sujeitos, afetar a relação (de forças) entre os sujeitos de modo acarretar efeitos políticos(BECK, 2013, p. 76).Contrariamente, em nossa análise do caso da ministra Damares não é possível afirmar que o silêncio teve o papel virtuoso e de resistência que encontramos em Dinouart (2002) e na interpretação deBeck (2013). Dessa forma, o silêncio de Damares provocou lacunas passíveis de preenchimento por significados outros, dessa maneira "significou" de forma diversa do que se ela tivesse efetivamente proferido palavras naquela coletiva de imprensa.…”
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